O meu cérebro dá 10 a zero aos produtores de novelas da tvi!
Vocês ainda não sabem mas eu tenho ainda assim uns pequenos pavorzitos que se relacionam com a saúde e/ou falta dela. Sendo filha de uma enfermeira era expectável que isto dos hospitais/consultas e médicos fosse super cool, só que não aconteceu.
Aqui a gaja não só não grama luzes azuis de ambulância como luzes azuis da bófia (conseguem adivinhar qual a profissão aqui do pai da criança? B-ó-f-i-a, isso mesmo).
Voltando atrás...ou melhor, dando um salto até amanhã de manhã ...
Dizem que me comprometi a ser uma mocinha bem ajuízada e a não falhar com o compromisso de ir às consultas de rotina e às malfadadas ANÁLISES AO SANGUE (isto escrito em letras garrafais para vocês terem real percepção de como o meu querido cérebro lê uma coisa tão fácil que se faz em menos de 5 minutos... (notem ainda que a parte do meu cérebro que escreveu esta parte é uma parte racional e esperta, a que se borra de medo foi a que escreveu em CAPS LOCK e curte mais sexo e prazer porque pronto é um bichinho que ou sente medo ou prazer... coisas de ser humano))
Posto isto, é natural que ontem ao fim do dia, já com a noite a entrar em fim de dia mais cedo, o meu querido cérebro decidiu começar a produzir quantitativamente várias narrativas dramáticas, dignas de uma CMTV ou na verdade, dignas das telenovelas da TVI, e elaborou dramaturgicamente todas as possibilidades mais dantescas para o meu momento de ir tirar sangue, todas elas desenrolando-se à volta do desmaiar e/ou morrer. (Sim, eu disse que isto tinha tónico de TVI).
O mais lindo disto tudo é que isto me acontece sempre, desde que eu, há muito muito tempo era eu uma criança, me deu a pequena macacoa quando fui tirar sangue, só que depois disso, já muitas foram as vezes que se seguiram e apenas estive a fazer figura no cadeirão de quem tinha um vibrador enfiado no rabo e outro na pachachita, porque tudo tremia tudo abanava. Para quem não sabe chama-se ataque de ansiedade, e é chato para caralho.
Para mim que estou ali em modo vibrador até o corpo se cansar de consumir a adrenalina na corrente sanguínea, e para quem me vê, que acha que estou a ter um pequenino ataque de uma qualquer coisa que não se percebe muito bem, porque continuo sempre a falar, a dizer disparates normalmente que façam rir, e a pedir para falarem comigo mesmo que eu não faça sentido.
Isto de ter um cérebro criativo às vezes é fixe, às vezes é foda.
De hoje para amanhã tá em modo foda.
Espero que amanhã vos possa cá vir contar como fui rídicula e tudo correu bem, à parte de que me vou borrar de certeza num qualquer wc do hospital minutos antes de ser chamada (o que agora não dá jeito porque aquela merda é por ordem de chegada).
É isto, precisava que alguém me ouvisse, nem que fosse apenas o meu eu a ler isto enquanto escrevo, só para deitar cá pra fora a ânsia que teima em me fazer chorar que nem uma pequena criancinha a quem derrubaram o gelado... propositadamente.
Cérebro, vamos cooperar e mudar estas histórias para algo do tipo, amanhã ser um gajo todo grosso, olho azul a sacar-me o sangue e a mandar-me um piropo porque a minha máscara verde tropa faz pendant com os meus olhos verdes seco? Enquanto toca obviamente a música Careless Whisper em background.
Sim ? Sim? Pode ser?
Obrigada.