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Humorário

(um diário de rir para não chorar)

(um diário de rir para não chorar)

Humorário

09
Abr21

Do desatino que é esta contínua busca de emprego

Humorosa

É Sexta-feira yeahhhhhhhh....

Devia tar a cagar-me para escrever um texto sobre procura de trabalho numa sexta-feira em que já há esplanadas abertas e eu estou a morar mais perto da praia no preciso momento... Só que não.

Imbuída de um espírito revolucionário venho deixar aqui o meu azedo de hoje sob a forma de pílula dourada de açúcar nas vossas beiças (e em primeiro na minha), porque estou, continuo e algo me diz que continuarei espantada com a forma como não consigo sequer cumprir os mínimos do que eu achava que era normal num processo de procura de emprego.

Ora então expliquem-me lá onde é que eu estou a falhar no processo:

Empresa precisa de um recurso -> Empresa põe anúncio nas internetes

Humorosa precisa de emprego -> Humorosa responde ao anúncio da empresa

Ora que, na minha altura de filosofia havia uma coisa que se chamavam silogismos, que creio que hoje se chamam "proposições lógicas" que explicavam sem pingo de amor que se p então q, p implica q. E pronto, sem discussões meus chouriços (só para honrar a memória do meu prof. de filosofia que nos acarinhava sempre com um caloroso "cala a boca chouriço").

Daí que sempre pensei que procurar emprego se resumisse essencialmente a responder a anúncios de emprego (que neste momento abundam na internet), *jingle do Só que não*, SÓ QUE NÃO.

Então o que acontece perguntam vós e muito bem. Bom, o que acontece é que eu mando email, cv, e de repente há toda uma OMISSÃO DE VIDA NA TERRA INTERNAUTICA. Ou isso a boa resposta polida e generalizada para todos os que se candidatam e mais alguns ets que possam quiçá receber essa notificação no seu email a dizer "Obrigada pelo teu tempo mas já tinhamos alguém para esta vaga mas como sabes tínhamos que abrir o anúncio porque temos kpis para cumprir e precisamos de um número x ou y ou z de currículos que entraram para poderem dizer que escolheram a pessoa W de entre esses mil (tantos!) candidatos e que são muito bons e merecem o prémio mensal." Ah esperem... isto fui eu a bolsar. A versão real é: "Obrigada pelo teu tempo e interesse na empresa x. Lamentamos mas devido ao enorme volume de candidaturas a tua não foi selecionada. Obrigada e bom dia."

[pausa para inspiração profunda que isto até tá escrito de forma humorosa mas continua a tirar-me do sério...

ai que lá se me sobe o meu colesterol que ainda por cima entre ontem e hoje enfardei duas merendas, um croissant de doce de ovo e ainda meia trança.. FUCK YOU TOO GOOD TOO GO - primeiro não me contratam... eu que fiz todos os vossos vídeos de seleção num inglês exímio e agora fazem-me gastar 2,99€ e sacar uma caixa de bolos e salgados de uma qualquer pastelaria perto de mim alimentando a gula que tento desde a minha adolescência perder. FUCK YOU SENHORES.

Com amor. E humor tá? Que isto continua a ser um post para rir...

(porque apesar de apetecer chorar é melhor assim, é o propósito deste blog, diz a Humorosa a si própria)

E é isto, por agora, putaquepariusomeapetecedizerpalavroeselembrarmequesouvalidaefofinhaequevaiaparecerotrabalhocertoporqueeujaandoatreinarparaaceitarnaosdizernaoseselecionarmelhoropeixequemecalhanarede.

My part is done, 

Uni(verse) now it's up to you!

26
Mar21

Caminho de desenvolvimento pessoal (E não este não é um post auto-reflexivo-cansativamente-filosófico)

Humorosa

Ontem dei comigo a trilhar mais um pouco do meu caminho de desenvolvimento pessoal num lugar que aparentemente seria improvável.

Já dentro do chuveiro, embrenhada no vapor que saía e embaciava azulejos e espelho do wc, principiou-se em mim uma enorme vontade de cantar que, sendo tão impulsiva, só me permitiu aperceber-se da sua existência material quando de repente, a alto e bom som, estava eu a cantar o refrão desta música:

Assim que me apercebo aquilo que me deu, fosse um pequeno achaque ou um nevoeiro nas sinapses, decidi que iria continuar o canto lírico desta música em plenos pulmões, num loop incessante, até que de repente, o meu amado cérebro decide começar a inventar letra para as partes que não são o refrão e PASME-SE, letras sobre o meu percurso de desenvolvimento pessoal.

Posto isto, com a música de fundo "O pito da Maria " poderiam ouvir-se estrofes como as que irei tentar reproduzir com a fiabilidade que me é possível hoje, já distante daquele momento épico entre fumos de palco:

"Neste momento lindo

No dia, mas já no fim

Quero dizer ao mundo

Que já gosto de mim"

(e depois cantava... "Oh Maria dá-me o pito, Oh Maria dá-mo cá, Oh Maria dá-mo pito, toma lá dá cá....)

"Quero também gritar

Para eu não me esquecer

Que eu mereço amar

Mas mereço não me perder."

("Oh Maria dá-me o pito ... (etc já perceberam))

"E estou agora no banho

A cantar à desgarrada

Tentando mostrar a mim mesma

Que eu sou mais que uma destravada"

("Oh Maria dá-me o pito ...")

"Por isso quero gritar

Para eu não me esquecer

Que eu estou a fazer mudanças

E vou continuar a crescer"

("Oh Maria dá-me o pito...)

"E assim termino as rimas

Porque quero-me lembrar

Que eu estou num enorme processo

Para me auto-aceitar"

("Oh Maria dá-me o pito... oh maria dá-mo cá, oh maria dá-mo pito, toma lá dá cá")

E termino com um audível "Obrigadaaaaaaaa local onde a Humorosa vive, obrigada obrigada (tipo Amália)"

E quando saio do banho o meu respectivo diz-me a rir-se

"Tu és a cantora, és a banda, fazes a festa, apanhas os foguetes e é sempre siga".

E eu envergonhada pensei para comigo que "yap, este é o caminho..."

25
Mar21

Reflexões aos engasgões

Humorosa

Ora Buenos dias, Bonsssssssss diaaaaaaaaaaas Matosinhos (vide referência abaixo) 

Estou de volta para mais uma reflexão sobre esta vida de marinheira que quer dar cabo de mim, pa pa ra para para para para pariii, MAS, que eu não deixo! Que eu cá sou uma strong independent woman (às vezes pequenina, mas strong.)

Pois que o que me traz aqui hoje é uma reflexão que me tem saído aos engasgões e que a cada dia que passa parece ficar mais sólida e solidificada assim como um cubo de gelo (com o problema claro que os cubos de gelo derretem em dias como os dias primaveris que têm sido, pelo que poderão sentir a convicção das minhas reflexões. Se calhar são mais como diz o Bruce Lee: "Be water my friend". Que portanto em termos de estado de matéria é um nível abaixo, líquido, Mas adiante...)

Mas e a reflexão perguntam vocês? Que a única merda que fiz até agora foi uma introdução pomposa que parece não servir para merda nenhuma...

A reflexão é simples: Não consigo saber se as coisas que eu faço, que eu decido, e que implemento deveriam ser como acabei por decidir. 

Imaginem... Começo a decidir que tenho que resolver um assunto porque claramente ele me incomoda, não me deixa dormir, sinto-me estranha, so on so on so on... começo a puxar pelo matutano e ele dá-me múltiplas opções, múltiplas oportunidades, e múltiplas respostas e depois, como se, se risse para mim, diz-me aquilo que qualquer balança de signo (e notem que eu também não entendo puto de estrelas) odeia ouvir: Escolhe.

Posto isto, e porque me sinto por dentro a ser comida por um conjunto de térmitas a construir o seu império debaixo da terra, sou empurrada pelas vísceras a tomar uma decisão para sanar o desconforto que sinto por dentro e que honestamente quero ver resolvido (sim porque quando risco to do's de listas tenho um orgasmo funcional... que é algo que daria para outra reflexão e que quiçá falarei aqui algures no tempo), e depois, começa a passar-se o tempo, começo a amadurecer a reflexão, como uma banana verde que compramos e no dia seguinte já começa a ficar amarelinha, (se bem que agora que penso nisto é mais tipo um abacate maduro que compramos com esperança de o comer no dia porque já é "maturado" e no dia seguinte puta que pariu já está podre... e todos sabemos que os abacates são caros para xuxu. (Será o xuxu caro? Adiante)), e eu sinto que se calhar fui demasiado impulsiva na decisão que tomei, que se calhar devia ter feito a coisa de outro modo, e que se calhar havia uma solução melhor, mesmo que isso tivesse consequências num futuro distante. Sim, porque a única razão pela qual eu tomo decisões quando estou a ser assaltada por elas é porque quero, qual polícia, dar uma de mázona e dizer-lhes que não há cá motins na prisão senão ficam sem ver a bola durante um mês.

E é aqui que penso que todos os cursos de Inteligência Emocional, Saúde Mental, Mindfulness, Yoga e Reikis e o caralho me falham nas horas. Sou espetacular a aplicar e a explicar conceitos aos outros, a ajudar os outros nas suas "hours of need" e nas minhas, falho como as notas de 500€.

E isto mói a humorosa por dentro meus senhores. Por mais textinhos cómicos, há sempre um raio de um ratico numa rodinha de hamster que quando pára de criar energia cinética decide continuar o seu percurso pelo meu interior roendo aqui, roendo ali, roendo...uma laranja na falésia

E de repente esboço um sorriso como se me abraçasse por dentro e penso que o meu cérebro é bem fodido mas não deixa de ser engraçado.

No outro dia pensava que tenho uma relação de amor-ódio com ele. Se ele é um génio para me lembrar de detalhes que nem lembra o Menino Jesus, por outro lado tem uma capacidade de fazer histórias dramáticas ao estilo das novelas da TVI mas com mais sangue, e quiçá narradas pela Cristina Ferreira (nada contra a senhora mas é o high pitch dela que ouço dentro da cabeça quando estou a ir às compras e de repente o meu cérebro principia num enredo dantesco de "E se te dá aqui um ataque de pânico à frente desta gente toda e ninguém te ajuda como quando te esbardalhaste de trotinete uma míriade de utentes da via pública e até ciclovia passou, quase que acenou, e achou perfeitamente normal estares a descansar deitada de joelhos no chão no meio da ciclovia? Hã???? HÃ???? - como podem ver, pode ser tenebroso.)

Mas não desviando do tema principal - ando a processar há uns dias uma merda de uma decisão que tomei e com a qual ainda não estou confortável. Como se a decisão que tivesse tomado fosse um bypass a algo que eu quero controlar (porque eu ainda sou cómica e acredito que controlo alguma coisa), e que não me faz ainda sentir plena. Mas depois penso que há poucas decisões que tomo nas circunstâncias de angústia que me fazem sentir plena e fico na dúvida com o resultado! Tal como quando fui despedida e me queriam pagar a indeminização só um mês depois e eu, por estar exausta da sensação de dor e farta daquela gente toda acordei várias noites a querer assinar a proposta assim para não me chatear mais e acabar de vez com aquele sofrimento, também nesta reflexão que tem sido feita aos engasgões, num pára-arranca desenfreado, estou em banho-maria, que é como quem diz que a reflexão irá derreter chegando ao seu estado final, mas lentamente, em lume brando... E eu não sou espetacular a lidar com brandices. Sou o oposto. Aquela que põe o lume alto porque quer muito comer panquecas e está cheia de desejos e depois reclama porque caralho elas ficaram queimadas e não as pode comer. Enfim... Desafios de uma Humorosa.

Posto isto, e depois deste texto também servir como parte de mais um engasgão da reflexão principal, penso que, tal como com a proposta do meu anterior trabalho, terei que esperar um pouco mais de tempo, para encontrar uma solução que seja melhor do que a minha primeira iteração que continua aqui a pôr o hamster a roer-me por dentro, ainda que agora, para já, no momento, me esteja apenas a roer os calcanhares.

E neste momento olho para dentro, de forma solene, e lembro-me da quantidade de iterações que fiz quando quis rebater a proposta de ida para o desemprego, cheguei a escrever 6/7 folhas com propostas diferentes, ideias diferentes, valores diferentes, coisas diferentes que iria dizer, até que, algures no tempo, a minha mãe, com uma suavidade e certeza de quem já anda nesta montanha russa há bem mais tempo que eu, me deu a resposta que eu nunca tinha pensado até aquele momento e que foi a qual com que senti mais conforto e decidi avançar. Dividi o valor da compensação em dois, para ser mais justo para ambas as partes. E de repente, cai-me a ficha. A minha primeira decisão só é justa para uma delas. Se calhar... vou ter mesmo que a repensar de novo.

 

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