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Humorário

(um diário de rir para não chorar)

(um diário de rir para não chorar)

Humorário

23
Mai21

Vamos lá dar a volta isto (outra vez...)

Humorosa

Tenho andado a arrastar-me aos 7 ventos,

Sem saber se são 7 ou mais,

E a única certeza que tenho,

é que não tenho certeza nenhuma.

Tudo me parece tão leve, tão perene, tão intocável,

É como se o momento presente se consumisse numa memória em instantes,

E o momento futuro fosse sempre feito de um desastre-quase-certo-a-acontecer.

Tenho medo. Ando cheia dele. Até às pontinhas dos cabelos.

E passo os dias a viver como se tivesse óculos da google,

que a todo o tempo me mostram o meu maior medo: MORRER AGORA.

E de repente passo todos os instantes a cismar que posso morrer a qualquer momento,

(porque há uma voz interna que diz que posso mesmo e bom, a ciência diz o mesmo),

(Eu bem tento lidar com esse pensamento sempre que ele aparece com a música do "AH AH AH STAYING ALIIIIIIIVEEEEEEE" "Still here" "Desfruta!!! Cheira, delicia-te, ouve, vê, toca"... acho que ainda não funciona bem. Tenho que repetir mais vezes)

E de repente porque a minha agonia se cola a esse pensamento,

Vivo, experiencio, e deleito-me com a vida numa qualidade de brinquedo da loja do chinês: serve, usa-se mas sabemos que se olharmos bem aquilo vem com um defeitozinho qualquer e/ou quiçá tenderá a partir brevemente.

Enfim, réplica do que poderia ter sido uma experiência de qualidade vá.

E é aí que me encontro presa - numa vida com pensamentos que me constringe o sentir num clepe plimavera.

E a merda toda é que como hoje fiz o turno da noite, não consigo ser mais humorosa que isto, 

E há assim uma pequena frustração que fica por não estar a conseguir sair da bolha,

Uma impaciência de quem queria que tudo isto se resolvesse,

E que honestamente gostaria de acreditar que tinha curado a Alice para sempre.

(A Alice é aquela gaja apressada que acelera o relógio do Coelho e que vive no país das maravilhas... ou para o comum dos mortais - a minha Ansiedade)

Sinto agora que a meti debaixo do tapete, 

Que me achei dona e senhora, rainha de um reinado que a expulsava das minhas terras,

E agora percebo que talvez a melhor abordagem seja a cooperativa (não tivesse eu hoje ido provar sidras ao Bombarral).

Isso e a aceitação de que este pacotinho traumático veio com a je, proveio da história de vida da je, e há uma parte que é chance (esta de ter provindo da história da je), e outra que é escolha... Aquela que faço todos os dias para tentar continuar com amor a propagar o que tenho vindo a sentir que sou - o sorriso fácil, o apoio ao outro, a palavra carinhosa, o cuidado em ensinar e partilhar palavras e conhecimentos úteis, em suma, uma pequena nerdzinha dos life hacks da vida que adoraria ter assim um Mestre Japonês a dizer-lhe os segredinhos de como conviver com uma mente tão elaborada como a sua.

E de repente lembro-me de um Mago que me perguntou se abdicaria de sentir tudo e ver tudo como sinto, só para encaixar mais no ram ram da sociedade, e eu a cada dia que passa, apesar de a decisão carregar consigo também dor, sei bem no meu íntimo que não.

E que um dia, ou em vários dias por breves momentos, vou estar tão apaixonada pela vida como ela é, como já estive, que o deslumbramento vai engolir de uma vez por todas o medo e eu vou aceitar que o Instante que sou, em si, foi, é, e será o tempo que tiver que ser, aquilo que eu tinha mesmo que viver. A minha parte aqui no mundo. O que tinha que fazer. E o que tem que ser, tem muita muita força. 

18
Mai21

Só por hoje, um poema que não é meu, mas que poderia ter sido.

Humorosa

LOVE AFTER LOVE
by Derek Walcott

The time will come
when, with elation,
you will greet yourself arriving
at your own door, in your own mirror,
and each will smile at the other’s welcome,
and say, sit here. Eat.
You will love again the stranger who was your self.
Give wine. Give bread. Give back your heart
to itself, to the stranger who has loved you

all your life, whom you ignored
for another, who knows you by heart.
Take down the love letters from the bookshelf,

the photographs, the desperate notes,
peel your own image from the mirror.
Sit. Feast on your life.

17
Mai21

Ferrolho para o vislumbre da eternidade

Humorosa

(adaptação do meu humor poético de hoje escrito à mão ...

fragmento adaptado e polido de "Chaves para a imortalidade")

 

Lembrar-me-ei que se tem prazo de validade é porque é para consumir a/com tempo.

E como tão bem sei fazer quando como,

deleitar-me-ei, deliciar-me-ei, demorar-me-ei,

a ver mundos, fundos, espaços, pessoas,

movimentando alegrias, emoções, paixões,

criando-as em rede, deixando-me na nuvem,

sendo novo sol, poeta nos corações.

Lembrar-me-ei diariamente do que quero ser enquanto continuo a ser grande: uma alegria sem igual.

E que perca o título de guerreira, porque agora, é para me lambuzar de vez com o que Sou.

30
Abr21

Pari mais um: o Humor poético

Humorosa

Buenas tardes vida!

Para quem leu o meu último post em modo Rocky Balboa, já sabe que a minha intenção era a de neste boteco poder encontrar 4 tipos de escrita de humor (o Rottweiller, o Zen, o Depré, e o Xitex), no entanto, hoje pari mais um: o Humor poético. E é nesse mood que se processará o rol balbuciante de hoje. (*som de voz a clarear*)

 

Encontro-me comigo numa dormência desconhecida

De repente todo o meu corpo se me estranha

Logo eu que ensino aos outros como não se estranharem a si próprios.

De repente vem uma tristeza, uma amargura, um desalento,

Sinto-os nos intestinos como se me roubassem o sangue do corpo,

E o deixassem de fora de mim,

Sobrando apenas, novamente, formigueiro.

Fugiu-se-me o calor das entranhas,

Do coração,

Da mente,

Do Ser.

Fugiu-se-me a alma para parte incerta,

E eu, procurei-a desesperada no que fui,

Nas memórias de quem fui,

Recuperando-as para mim,

Num esforço de pelo menos me lembrar de onde vim.

Não quero negar as minhas origens

Ainda que elas sejam muitas vezes a minha causa de dor,

Ou eu seja a consequência delas, 

Mesmo vendo que com a dor veio a resiliência,

Esta vontade de ser mais, de viver mais,

De acreditar que é possível sair do "tic tac estalado das máquinas de escrever".

As suculentas não querem água,

Eu preciso dela, desespero por ela,

E por isso não posso,

Não mereço,

Nem vou ser,

Tratada como uma.

Começa em mim.

Vou só ali regar-me.

Reerguer-me.

Como de costume.

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