Reflexões aos engasgões
Ora Buenos dias, Bonsssssssss diaaaaaaaaaaas Matosinhos (vide referência abaixo)
Estou de volta para mais uma reflexão sobre esta vida de marinheira que quer dar cabo de mim, pa pa ra para para para para pariii, MAS, que eu não deixo! Que eu cá sou uma strong independent woman (às vezes pequenina, mas strong.)
Pois que o que me traz aqui hoje é uma reflexão que me tem saído aos engasgões e que a cada dia que passa parece ficar mais sólida e solidificada assim como um cubo de gelo (com o problema claro que os cubos de gelo derretem em dias como os dias primaveris que têm sido, pelo que poderão sentir a convicção das minhas reflexões. Se calhar são mais como diz o Bruce Lee: "Be water my friend". Que portanto em termos de estado de matéria é um nível abaixo, líquido, Mas adiante...)
Mas e a reflexão perguntam vocês? Que a única merda que fiz até agora foi uma introdução pomposa que parece não servir para merda nenhuma...
A reflexão é simples: Não consigo saber se as coisas que eu faço, que eu decido, e que implemento deveriam ser como acabei por decidir.
Imaginem... Começo a decidir que tenho que resolver um assunto porque claramente ele me incomoda, não me deixa dormir, sinto-me estranha, so on so on so on... começo a puxar pelo matutano e ele dá-me múltiplas opções, múltiplas oportunidades, e múltiplas respostas e depois, como se, se risse para mim, diz-me aquilo que qualquer balança de signo (e notem que eu também não entendo puto de estrelas) odeia ouvir: Escolhe.
Posto isto, e porque me sinto por dentro a ser comida por um conjunto de térmitas a construir o seu império debaixo da terra, sou empurrada pelas vísceras a tomar uma decisão para sanar o desconforto que sinto por dentro e que honestamente quero ver resolvido (sim porque quando risco to do's de listas tenho um orgasmo funcional... que é algo que daria para outra reflexão e que quiçá falarei aqui algures no tempo), e depois, começa a passar-se o tempo, começo a amadurecer a reflexão, como uma banana verde que compramos e no dia seguinte já começa a ficar amarelinha, (se bem que agora que penso nisto é mais tipo um abacate maduro que compramos com esperança de o comer no dia porque já é "maturado" e no dia seguinte puta que pariu já está podre... e todos sabemos que os abacates são caros para xuxu. (Será o xuxu caro? Adiante)), e eu sinto que se calhar fui demasiado impulsiva na decisão que tomei, que se calhar devia ter feito a coisa de outro modo, e que se calhar havia uma solução melhor, mesmo que isso tivesse consequências num futuro distante. Sim, porque a única razão pela qual eu tomo decisões quando estou a ser assaltada por elas é porque quero, qual polícia, dar uma de mázona e dizer-lhes que não há cá motins na prisão senão ficam sem ver a bola durante um mês.
E é aqui que penso que todos os cursos de Inteligência Emocional, Saúde Mental, Mindfulness, Yoga e Reikis e o caralho me falham nas horas. Sou espetacular a aplicar e a explicar conceitos aos outros, a ajudar os outros nas suas "hours of need" e nas minhas, falho como as notas de 500€.
E isto mói a humorosa por dentro meus senhores. Por mais textinhos cómicos, há sempre um raio de um ratico numa rodinha de hamster que quando pára de criar energia cinética decide continuar o seu percurso pelo meu interior roendo aqui, roendo ali, roendo...uma laranja na falésia.
E de repente esboço um sorriso como se me abraçasse por dentro e penso que o meu cérebro é bem fodido mas não deixa de ser engraçado.
No outro dia pensava que tenho uma relação de amor-ódio com ele. Se ele é um génio para me lembrar de detalhes que nem lembra o Menino Jesus, por outro lado tem uma capacidade de fazer histórias dramáticas ao estilo das novelas da TVI mas com mais sangue, e quiçá narradas pela Cristina Ferreira (nada contra a senhora mas é o high pitch dela que ouço dentro da cabeça quando estou a ir às compras e de repente o meu cérebro principia num enredo dantesco de "E se te dá aqui um ataque de pânico à frente desta gente toda e ninguém te ajuda como quando te esbardalhaste de trotinete uma míriade de utentes da via pública e até ciclovia passou, quase que acenou, e achou perfeitamente normal estares a descansar deitada de joelhos no chão no meio da ciclovia? Hã???? HÃ???? - como podem ver, pode ser tenebroso.)
Mas não desviando do tema principal - ando a processar há uns dias uma merda de uma decisão que tomei e com a qual ainda não estou confortável. Como se a decisão que tivesse tomado fosse um bypass a algo que eu quero controlar (porque eu ainda sou cómica e acredito que controlo alguma coisa), e que não me faz ainda sentir plena. Mas depois penso que há poucas decisões que tomo nas circunstâncias de angústia que me fazem sentir plena e fico na dúvida com o resultado! Tal como quando fui despedida e me queriam pagar a indeminização só um mês depois e eu, por estar exausta da sensação de dor e farta daquela gente toda acordei várias noites a querer assinar a proposta assim para não me chatear mais e acabar de vez com aquele sofrimento, também nesta reflexão que tem sido feita aos engasgões, num pára-arranca desenfreado, estou em banho-maria, que é como quem diz que a reflexão irá derreter chegando ao seu estado final, mas lentamente, em lume brando... E eu não sou espetacular a lidar com brandices. Sou o oposto. Aquela que põe o lume alto porque quer muito comer panquecas e está cheia de desejos e depois reclama porque caralho elas ficaram queimadas e não as pode comer. Enfim... Desafios de uma Humorosa.
Posto isto, e depois deste texto também servir como parte de mais um engasgão da reflexão principal, penso que, tal como com a proposta do meu anterior trabalho, terei que esperar um pouco mais de tempo, para encontrar uma solução que seja melhor do que a minha primeira iteração que continua aqui a pôr o hamster a roer-me por dentro, ainda que agora, para já, no momento, me esteja apenas a roer os calcanhares.
E neste momento olho para dentro, de forma solene, e lembro-me da quantidade de iterações que fiz quando quis rebater a proposta de ida para o desemprego, cheguei a escrever 6/7 folhas com propostas diferentes, ideias diferentes, valores diferentes, coisas diferentes que iria dizer, até que, algures no tempo, a minha mãe, com uma suavidade e certeza de quem já anda nesta montanha russa há bem mais tempo que eu, me deu a resposta que eu nunca tinha pensado até aquele momento e que foi a qual com que senti mais conforto e decidi avançar. Dividi o valor da compensação em dois, para ser mais justo para ambas as partes. E de repente, cai-me a ficha. A minha primeira decisão só é justa para uma delas. Se calhar... vou ter mesmo que a repensar de novo.