Esta vida é irónica pá
Ainda anteontem estava a escrever um poema sobre o quão bonita é a nossa história ainda que com discussões difíceis para afinar agulhas porque já há muito tempo que não havia uma discussão e parecia que estava tudo a encaixar-se finalmente quando de repente por causa da merda de uns posts no instagram daquilo que decidimos que iria ser o nosso projetozinho a dois, ontem meio que quase se fodeu tudo.
Pois é.
Este post serve para ilustrar aquilo que desde o início me incomodou/incomoda e que ainda hoje, à presente data não tem solução e que eu adoraria apelidar daqui em diante de PARADOXO DA PIÇA.
E por amor da santa deixem-me dizer o caralhinho dos palavrões todos que me apetecem, gritar através das teclas e dos caps locks desta vida, porque se ele tem o direito de não gostar dos meus palavrões em público porque o expõe, isto aqui não é público e eu até nisso o estou a respeitar. Se não sou uma fofa.
Aviso à navegação, este será um post com ligeiro sabor amarguito, por isso se não forem fans de amêndoa amarga e de pequenos dramas relacionais pois que poderão cessar a leitura a partir do presente momento, clicar ali na cruzinha no canto superior direito e seguir a vossa vida (sem retaliações, que por mim podem voltar sempre que quiserem).
Adiante.
Então o Paradoxo da Piça é um parodoxo relacional que se prende com a interação entre duas pessoas distintas (um belo pleonasmo per si) e que se define pela tentativa individual de validar a sua posição, interação e gostos no mundo de ambas as partes resultando numa guerra bacoca de Eu respeito que sejas diferente de mim mas é esta diferença que nos traz a estas discussões que não têm uma solução porque na prática eu tenho direito de ser como sou e sentir o que sinto e tu também.
De forma resumida o paradoxo da piça pode ser ilustrado pelo seguinte aforismo:
Se eu tenho o direito de sentir o que sinto e ser como sou
E se tu também tens o direito de sentir o que sentes e ser como és
Como caralho é que vamos chegar à piça de um consenso para que possamos conviver e quiçá partilhar um futuro sem que um de nós ceda?
Ah, mas não podemos contar quem cede, porque se contarmos vamos fazer um while ao ciclo e o aforismo começa de novo.
Sabem que vos digo?
Puta que pariu.
E essa história de amor incondicional e aceitação incondicional tá muito mal contada.
Ou aqui a je ainda não atingiu um patamar de evolução que lhe permita gerir estas bostas no imediato, mandar para trás das costas, e seguir o dia que se segue como se nada fosse mesmo.
Passou um dia e eu ainda estou assim, em modo nata azeda.
Posto isto que se calhar é melhor ir caminhar.
Vou higienizar-me no meu passeio.
(isto visualizado assim de forma literal remeteu-me para passar o papel higiénico na pardaleca em plena via pública)
Definitivamente estou afetada.
É o confinamento.
Tou fartinhaaaaaaaaa disto.
Quero ver pessoas variadas, de multiplas cores e sabores por favor que eu já sei que quando a concentração de uma substância única é elevada e não se permite diluir torna uma coisa muito boa numa coisa muito má e muito chata e não apela ao seu consumo.
Tenho dito.
Fui.
(azeda.)