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Humorário

(um diário de rir para não chorar)

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Humorário

04
Mai21

Descobri que tenho a mania que sou importante

Humorosa

Ontem, num processo de escrita violenta como vómito entendi uma coisa essencial sobre mim.

Em primeiro lugar tive vergonha, depois fiquei triste, depois percebi que talvez tivesse extraído mais um pedaço de mim que me daria luz sobre as sensações desafiantes dos últimos tempos.

Tenho sido o corpo aberto para análise e a minha médica legista. E o mais bonito é que não estou morta. Mas por vezes o meu medo de morrer funde-se com a sensação de morte lenta, de mais-um-dia-igual-aos-outros que agora, por falta de energia ou força (sei lá eu) parece que não estou a conseguir transmutar.

Foi como se no início a raiva que tinha de tudo isto me estar a acontecer (leia-se pandemia, ajustes na relação, perda de emprego, quedas e questões de saúde) me empurrasse contra um batalhão de bárbaros qual Ásterix e Óbelix e começasse a desancar tudo à chapada... 

... mas eu avançava.

Ou eu sentia que avançava.

Agora quando acordo numa casa que não é minha, por muito que tente relembrar-me que a única casa que é minha e que é fixa é o meu corpo, é como se me faltasse a minha raiz, as minhas conquistas, os meus sucessos, os meus afazeres, aquela pressãozinha boa que me ajuda a sentir todos os dias que vou conquistar o mundo.

Agora parece que meteram a cassete em slow motion e os dias são feitos de um arrastar de pés, de um cansaço corporal que não sei de onde apareceu (mesmo que racionalmente me lembre que dou 8 horas de aulas de yoga), e de uma sensação de que estou a repetir o ano, olhando para a mesma pessoa vezes sem conta, sem conseguir olhá-la com novidade e magia por demasiada exposição diária mesmo que saia de casa vezes sem conta para regressar depois numa tentativa de olhar e pensar "E agora? Já te acho novamente mágico? Brilhante? Misterioso?Sedutor?" e depois percebo que vejo baço, esfrego os olhos e entrego-me à sensação de... sim, está baço. E talvez a culpa não seja dele, nem minha, seja de ambos, seja do mundo, seja sei lá do quê. Dos chineses talvez?! ahah

Mas não quero fugir com o cu à seringa. O tema que se quer trazer à luz do mundo para que se queime, tal como os vampiros quando se assomam à luz do dia é que EU SOU UMA MENINA EXTREMAMENTE MIMADA QUE QUER QUE O MUNDO GIRE À SUA VOLTA E QUE TODOS LHE SATISFAÇAM AS NECESSIDADES TODAS E NÃO TOLERA A FRUSTRAÇÃO QUANDO AS COISAS NÃO LHE CORREM COMO ELA QUER.

Algures numa das vezes que decidi fazer o meu mapa astral havia uma parte que dizia assim:

"You have an internal struggle between your needs and your wants."

E eu fiquei... foda-se. Não é que é mesmo?

Porque aqui a gaja sabe sempre o que quer, mas será que é disso que necessita?

Cheira-me que vou andar a minha vidinha toda à procura desta resposta....

Desta e da mítica:

"QUAL É A MEDIDA CERTA PARA AS COISAS CARALHO?"

E pronto, aos 32 anos descubro que na verdade continuo uma criancinha birrenta com o gelado que acabou de comprar e que lhe caiu no chão no momento em que ia começar a lamber, e que não consegue ver que pode decidir ver que o gelado caiu por um propósito maior como por exemplo não ficar com cáries nos dentes... O que explica o investimento enormérrimo que durante a vida adulta tenho vindo a fazer em dentistas.

É isto.

Obrigada e bom dia :D

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