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Humorário

(um diário de rir para não chorar)

(um diário de rir para não chorar)

Humorário

18
Abr21

É Domingo e eu a falar de ratas

Humorosa

Tive um dia bom. Fui passear, apanhei sol, andei por sítios que não conhecia, em suma, um dia agradável para quem como a Humorosa gosta de conquistas a novos territórios e sol na face.

Não obstante, enquanto apanhava a roupa, senti uma enorme vontade de chorar, como sinto agora, neste momento. Aparentemente, seguindo a metodologia da Inteligência Emocional principiei à procura do que essa emoção me quereria dizer. A tristeza traz consigo a avaliação de algo como perda. Algo que perdi pelo caminho. Mas o mais engraçado é que aparentemente assim à primeira vista, não havia razão nenhuma para sentir que tinha perdido algo, pelo menos não no momento.

Arregacei as mangas, pus o monóculo, e qual Sherlock Holmes, comecei à procura do rato escondido que roía o calcanhar do meu estômago...

Assim que pus as lentes nos olhos a primeira coisa que comecei a ver foi bem de perto, bem definidos, ninhos de ratos meus senhores, ninhos e ninhos de ratos, uns mais fofos que outros, mas todos eles num muito pouco apropriado e ameno ajuntamento.

Comecei a dar-lhes nomes... 

- A avó Rata e a sua aparente quase-morte-a-acontecer

[A avó Rata já pregou muitos cagaços e sempre se safou. É rija e vai continuar a ser.]

[Se a avó Rata morrer pelo menos vai ficar em paz e serenar de uma vez por todas porque também já sofreu muito]

[Nem os médicos conseguem ser futurólogos. Vamos respirar um dia de cada vez, e agir momento a momento]

- A Ratita sensual sob ansiolíticos e que se esqueceu de quem era, vestindo-se agora apenas de leggings e roupa de desporto

[A Ratita sensual aparece sempre que tu quiseres, só tens que a praticar diariamente.]

[A Ratita sensual não precisa de estar sempre viva porque ela também gasta muita energia. Que ela possa aparecer quando for conveniente]

[A Ratita sensual nunca vai morrer dentro de ti. Está-te na massa do sangue essa vida.]

- A Rata desempregada e a sua tentativa de correria na roda do hamster-patrão

[A Ratita desempregada está a usufruir de férias pagas até Março de 2022.]

[A Ratita desempregada tem estado a investir na sua formação e não tem estado parada]

[A Ratita desempregada tem-se virado à vida como nunca, dando-se a conhecer de todas as formas e maneiras por isso a mensagem há-de chegar a quem tem que chegar]

- A Rata duvidosa, com todas as suas dúvidas existenciais

[A Rata duvidosa vai sempre existir dentro de ti. Só tens que a mimar quando ela começar com as dúvidas e lembrá-la que independentemente de tudo estarás sempre com ela e que é normal ter dúvidas. Andamos cá todos aos papéis]

[A Rata duvidosa e as suas dúvidas permite-te olhar para as áreas incómodas da tua vida levando-te a decidir se queres fazer algo a respeito delas ou só continuares a queixar-te]

[A Rata duvidosa permite-te escrever sobre temas existenciais com humor]

- A Rata que quer ajudar os outros mas que fica na dúvida se o seu caminho é por ali, se terá capacidade, e se quererá dedicar o seu tempo a isso

[A Rata que quer ajudar tem que se lembrar que ela se sente sempre melhor em fazê-lo do que ao não fazê-lo]

[A Rata que quer ajudar tem que se lembrar que pode ajudar desde que isso não mine o seu tempo e o que define que deve ser o seu espaço]

[A Rata que quer ajudar já tem experiência para perceber quando o seu espaço está a ser invadido e não gosta disso por isso pode sempre parar]

- A Rata que não se gosta de sentir triste

[Todas as emoções são importantes e nos ajudam a reflectir sobre os pensamentos que andam na nossa cabeça e a forma como estamos a ver a vida naquele momento. Aceita essa informação e processa. Só isso]

[A tristeza permite-te pedir ajuda a alguém, aproximar-te de um amigo, refletir com detalhe sobre o que passa. É só energia mais baixa e sensações mais desagradáveis mas... não vais morrer]

[Não é por estares triste que vais entrar em depressão, o mundo continua bonito e tu continuas a conseguir ver essas pequenas belezas por entre as lágrimas]

- A Rata cansada que não se gosta de sentir cansada

[A Rata tem feito muito exercício na rodinha por isso é normal andar mais cansada]

[A Rata está mais cansada porque tem estado em dor de forma mais constante e por isso está mais sensível e impaciente. Normal]

[A Rata está cansada porque não é uma superheroína nem mete pra veia prota da grossa. Viver normalmente também cansa e está tudo bem. Não vou morrer]

(a esta altura olho pra lista de baixo e penso que 3 pontos positivos para cada rata é cansativo...)

- A Rata que se culpa por ter tido uma noite de insónia por não ter conseguido gerir o pensamento de "isto tá tudo a correr muito bem" mesmo depois de um dia inteiro a estudar regulação emocional

[A Rata merece amor. A Rata não acerta sempre e está tudo bem. Assim valoriza mais quando consegue.]

[A Rata não precisa de ser perfeita. Não é inferior ou burra por não ter conseguido desta vez gerir a situação]

[A Rata não vai morrer, como não morreu, nas outras mil noites de insónias que já teve, e consegue sempre aproveitar o dia, tal como aproveitou hoje. Só ao fim do dia é que o cansaço deu espaço a esta pequenina tristeza]

- A Rata que tem saudades de pessoas e de festas e de dançar em festas

[A Rata tem todo o direito de sentir saudades de pessoas e cheiro de suor e diversão porque a Rata é uma Rata social]

[A Rata poderá combinar uma festa com amigos para dançar desde que com regras e máscaras]

[A Rata pode decidir inscrever-se em aulas de dança presencial e festas com segurança]

- A Rata que está cansada de ver sempre a mesma pessoa e falar com a mesma pessoa ainda que fale com trinta outras pessoas diferentes

[A Rata tem todo o direito de estar cansada de estar sempre com a mesma pessoa num contexto de 24/7 porque por mais maravilhoso que seja o Rato, é demasiado tempo para confiar a apenas uma pessoa com os seus interesses únicos e próprios que por vezes não se alinham com os da Rata. Está tudo bem. É normal que a Rata se sinta cansada e frustrada ao fim de um relacionamento de quase 14 meses sempre em alta rotação de presença e sustentação mútua em plena pandemia]

[A Rata pode combinar agora presencialmente estar com outras pessoas e falar do que bem entende]

[A Rata pode passar mais tempo fora de casa a fazer as suas coisas, inclusive com o seu computador]

- A Rata que tem saudades de conversas existenciais profundas com quem a entende

[A Rata pode ligar a quem tenha os mesmos interesses existenciais e falar, sem qualquer problema de consciência nenhum porque é para isso que servem alguns Ratos amigos especiais nesta matéria]

[A Rata pode ter conversas existenciais consigo mesma através deste blog, tal como está a fazer no momento]

[A Rata pode virar-se para a escrita e para a arterapia para libertar o que está a sentir]

- A Rata que tem pena que a Mãe Rata não se sinta feliz e que sabe que não pode fazer nada por isso

[A Rata tem que aceitar que a vida da Mãe Rata é só dela]

[A Rata pode ajudar a mãe rata a sentir-se melhor em pequenos momentos ligando-lhe]

[A Rata tem que continuar a fazer o seu caminho independentemente da Mãe Rata não o entender]

- A Rata que faz o melhor que pode para todos os dias ser um bocadinho mais feliz mas que tem consciência que há momentos em que não dá...

[A Rata tem que se lembrar de tudo o que tem feito até aqui e que lhe dá um enorme bem estar mesmo nos dias cinzentos:

1. Curso de Emoções para ratos

2. Abertura do boteco Humorário

3. Poemas, bonecos, e desenhos

4. Miminhos para si (unhacas, roupitxas, canetinhas para desenhar)

5. Yoga

6. Me time

7. Passeios, caminhadas, corridas...

(queres mais Ratica?)]

[A Ratica tem que se amar sobretudo nos momentos em que dá socos nos azulejos. Na verdade só estava a fazer um ensaio de tensão aos mesmos]

[A Ratica tem todo o direito de nos meio destes dilemas existenciais libertar a tensão por entre caralhadas, piretes, e putas que a pariuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu. Não ofende caralho!]

- A Rata que sente que precisava de psicoterapia ratal pro resto da vida porque tem ainda tantos nós no pêlo. Será que algum dia os desatará todos?

[Todos os ratos são loucos. Aprender a dançar na loucura]

[Se sentires que precisas podes sempre marcar com aquelas ratas de confiança um check up mensal para pôr as ideias em ordem. No stress]

[Vai usando as ferramentas que vais aprendendo sim? Sem pressão, sem perfecionismo. Só usar.]

- A Rata que ainda não pode fazer caminhadas e dança africana porque ainda tem um joelho fodido

[A Rata marcou consulta como uma rata grande sem ajuda da mãe da rata e vai resolver isso]

[A Rata vai aprender mais sobre o seu joelhinho e como se tratar daqui pra frente]

[A Rata tratou do seu joelho com amor, gelo e muita paciência para não caminhar em todas as estradecas pelas quais passou durante a semana que passou]

- A Rata rezingona que quando não faz as coisas todas como quer fica revoltada com o mundo e fica sem saber o que fazer, se se revoltar, se aceitar...

[A Rata rezingona é capaz de estar a precisar assim de um retirozinho sozinha para avaliar as suas necessidades, pode ser que apareça por aí algum]

[A Rata rezingona sabe sempre o que quer, só precisa de tentar abordar o tema com alguma calma e distância sem querer fuçar.]

[A Rata rezingona pode fazer uma lista das coisas que ganhou e que perdeu e dar valores/pontuação para tentar compreender o que pode e não pode mesmo abdicar]

(pausa nas ratas... afinal a ninharia era um ratagal ...)

De repente, encontrando tantas causas para este meu breve acesso de tristeza sinto uma voz de uma Ratinha ainda novinha mas já muito sábia que sussurra para mim: Tens razão para te sentir triste. Está tudo bem. Vamos lidar com todas essas ratas devagarinho, com calma, com compaixão, com tempo, para que as respostas possam ir surgindo... Não precisas de resolver tudo de uma vez. "Calma, o tempo é o seu melhor amigo..."

E de seguida, como manda a tática, voltou às Ratas atrás para lhes dar um banho de evidências entre parêntesis retos.

[Eu só sei crescer...]

15
Abr21

Uma manca vai comprar sushi para o almoço

Humorosa

Imaginem isto.

Uma gaja que após um mês de uma queda de trotinete, depois de saradas as feridas de carne viva que colaram nas fibras alinhadinhas das gazes durante noites a fio, está agora toda empanada mas sem sangue à vista. Se por um lado ainda bem que já não havia pachorra para cenas gore (que eu evito a todo o custo em filmes), quis o INTESTINO INTEEEEESTINO (lembram-se desta piadola cantada ao som do outro que canta mas diz Destino?) que a dor ficasse.

Foi tipo

(ler o texto abaixo como se fosse um colaborador de um call center super excitado, com tiques José Castelo Branco, a tentar vender aquele cartão de crédito que nunca irás precisar)

"MIGAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA temos aqui uma promoção excelente, para além da queda e das mazelas com que ficas, acabas também por ficar com uma dor permanente e impossibiliante no joelho direito TOTALMENTEEEEEEEE GRÁTIS. Não somos amigos? É espetacular! E olha ... só porque gostamos de ti, e és uma clienteeeee especial, vamos ofertar-te ainda um acesso de raiva, para que possas quase partir a mão nos azulejos da cozinha do teu xuxu, depois de uma discussão estúpida com ele sobre a (para ti a não) palavra CUMO.. Não é fantástico????

Digamos que precisei de um dia em Cascais, a levar com chuva na tromba, a mancar entre museus, a trazer os ténis (SIM QUE AQUI DIZEMOS TÉNIS CARALHO) todos cagados de areia para casa e como não é a minha e eu ainda tou azeda deixar maquiavelicamente grãos de areia espalhados pela casa e não aspirar, para hoje, já estar com esta calma com que me encontro no momento (sim sim, isto é o meu "CALMA") 

Só por causa disso decidi que hoje era dia de ele comer sushi (que eu cá não ligo muito) para ver se lhe aliviava também a tensão que se lhe ocorreu logo pela manhã e lá saiu Humorosa, mancando, armada em campeã, descendo as escadas porque é uma "strong independente woman", mas no regresso, com dois sacos de peixe cru e arroz, olhou para o conjunto de escadas a fazer lembrar o Santuário do Bom Jesus do Monte (que nunca subi mas que fui pesquisar ao google para esta piada porque o estudei em história e me lembrava que havia um santuário com escadas pra caralho e que era ideal para esta piada), e decidiu vir à volta...

Manca, 

Lenta,

Mas à volta.

E não pude deixar de sorrir feita parvónea porque havia conseguido domar uma das vozes interiores: A militar bitch que adora corroer o meu espaço mental com gritos de tropa "1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 ou fazes mais difícil ou NÃO VALES NADAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA"

Chupa puta.

Dei-me amor.

13
Abr21

Do bonito que é isto de sentir emoções

Humorosa

Bom dia, bonjour de manhã (já quase a meio do dia),

Escrevo-vos para carpir uma situação que, apesar de compreender profundamente e até do ponto de vista científico, ainda assim me deixou desconfortável. 

E que situação é essa? INVEJA meus senhores, eu, humorosa a sentir inveja. Sobretudo de uma pessoa que é só a que me conhece há mais anos e se tem mantido na minha vida (e assim há-de manter-se até sermos velhinhos) e que é SÓ o meu melhor amigo.

Ora ontem contei-vos que por aqui as coisas andam assim meio bafientas, meio em paragem forçada, o lado direito, o da ação para quem percebe de cenas do yoga tá todo empandeirado como que a desafiar-me a parar e a confiar no Universo e ficar só a ver. MASSSSSSSSSSS isso para mim é uma puta de uma tortura. Não sou a melhor gaja para "leaps of faith" e normalmente só me apercebo que isso aconteceu bem depois de ter acontecido e quando olho para trás. No momento, decidir que me vou atirar de um precipício sem paraquedas ou corda salva-vidas não é bem a minha ideia de diversão portanto tenho tendência a resistir a ideias sem chão.

Mas voltando ao sentimento de inveja... Ora pois que aqui a Humorosa tem muito a mania (já não sabe se nasceu assim ou não) de tentar ajudar meio mundo e o outro. Já está bem melhor e já não deixa de comer para dar aos outros o seu lanche (só em casos mesmo mesmo messssssssssmo extremos) mas continua a não conseguir lidar com o facto de ter ferramentas que podem ser úteis aos outros e não as dar de bom grado e por vezes gritá-las bem alto até que a ouçam.

O meu Respetivo diz-me sempre "essa parte não é da minha responsabilidade" mas para mim, é sempre minha, porque eu existo em interação com o outro, uma interdependência tão intrincada que por vezes até chega a ser comovente não a vermos. Por isso desculpem-me os meus colegas professores de yoga que apregoam aos sete ventos o conceito de "DESAPEGO" mas eu acho que vos falta ler algo sobre a Teoria da Evolução das Espécies, Darwin e até António Damásio... Assim só para começar.

MAS...voltando à inveja.

Não é que dei comigo a perguntar-lhe como é que ele estava e tal, porque ele é um gajo distraído e basicamente quando está mal eu sei porque ele fala e quando está bem ausenta-se do pedaço, e ele diz-me que está maravilhoso, tudo a correr sobre rodas e finalmente sente-se bem e feliz. 

De notar que eu fiquei super contente por ele, até porque eu tenho uma parte de responsabilidade nesta mudança de mindset, porque ao fim de tanto tempo ele decidiu ouvir-me e fazer psicoterapia. Eu própria fiz durante 6 anos e sei bem o quanto mudou a minha vida, e eu sabia, por lhe conhecer os detalhes mais sórdidos que ele próprio também iria beneficiar disso mesmo. E está a beneficiar! E isso é maravilhoso. E mais, está a ter uma relação com um sexo incrível, consegui sentir a intensidade e a magnificiência só pelo conjunto de breves palavras que me escreveu...

E de repente aquilo que aprendi no curso de Inteligência Emocional começou a acontecer - uma Mistura Emocional. Tanto estava super feliz por ter contribuído para a felicidade de uma das pessoas mais importantes e mais antigas na minha vida, como estava fodida por neste momento não estar a sentir-me bafejada com esse EROS pela vida, seja porque estou entravada da perna direita, tenho um buraco no lugar do ex-siso, sinto que me vão mandar parar as aulas de yoga para recuperar da mazela da queda (deixando de parte uma das coisas que mais sentido dá à minha vida), não encontro trabalho, estou farta de estar a gerir os nãos, as ausências de resposta, a sensação de que esta puta desta pandemia nunca mais acaba, e de repente o facto de ter a agenda preenchida com aulas de yoga começa a parecer-se mais com uma prisão nas horas de início da manhã e da tarde do que eu gostaria. 

Tudo toldado por este amargo de boca de eu ter para mim uma vida e um objetivo que claramente não é o que está a acontecer no momento. Não posso pinar sem ter dor, não posso fazer aula sem ter dor, tenho que me aguentar até ir à consulta, continuo a mandar cvs e nada, já me falta o fôlego para tentar abordar pessoas da área e até me meti numa cena na tentativa de fazer networking que agora me parece também que eventualmente não vai dar em merda nenhuma...

Em resumo, a inveja que senti permitiu-me perceber que estou impaciente por uma vida que desejava viver e que claramente não é a que no momento estou a ter. Se posso fazer algo para mudar? Creio que tudo o que posso estou a fazer... Vou resolver primeiro a parte física, tentar motivar-me diariamente, construir pequeninos momentos de felicidade e humor, e a verdade é que se calhar vou abrandar a procura de trabalho... quanto mais chafurdo mais desmotivo. Universo-Deus dai-me um bocadinho de paciência por favor ... precisa-se.

Quanto à inveja, quando a sentirem, não a afastem, pensem só o que é que ela vos poderá estar a querer dizer, a mim quis claramente dizer-me que eu também adoraria estar-me a sentir no pico da sensualidade e a sentir que todos os nós da minha cabeça se desatam. Feeling good like I should e neste momento isso ainda está tipo o botãozinho vermelho da tv que ficou em standby porque se deixaram dormir no sofá e a tv se desligou sozinha...

Talvez tenha que aprender a estar em stand by ... me.

12
Abr21

Escrevo-vos ao som de sambinha brasileiro...

Humorosa

E podia estar a sambar! Não fosse o raio do meu joelho direito ter começado a queixar-se há uns dias e eu não sei que lhe fazer.

O mais bonito é que hoje a caminhar olhava para cima e dizia em sussurro: "Universo, já chega tá? Primeiro uma queda de joelhos e mão no asfalto qual super-heroína a aprender a voar, depois um dente do siso que ainda deixa aqui uma cova com tamanho para armazenar nozes para uma semana tipo esquilo (ele é ver a aveia, os cuscus, o pão e todo um resto de bolo alimentar a encontrar abrigo naquela grutazinha amorosa que outrora foi a casa do meu ex-siso), e agora não posso mostrar os meus dotes futebolísticos de Ronaldo porque de cada vez que levanto a coxa há toda uma dor fina que se entranha pelo meu sangue, ossos e pedacinhos..."

É óbvio que depois desse momento de autocomiseração reúno novamente as forças do Humor e começo a pensar em todas as coisas que podem acontecer de pior, após ter pesquisado um médico de forma perfeitamente aleatória na categoria de ortopedia. É o seguinte meus senhores, aqui a gaja não curte batas brancas nem fardas, curiosamente ou não (obviamente que "ou não") tem mãe enfermeira e pai polícia. No mínimo cómico não é?

Após uma revisão de todas as piadas que poderei ter que fazer caso tenha que andar de muletas, ou toda entrapada com joelheiras elásticas, ou até ter que ficar parada sem fazer o meu yoga (=morte lenta e dolorosa, por favor universo não me faças esta!!!), considerei que estou a ficar uma mulher crescida e fiz tudo como devia de ser.

E aqui em surdina, que ninguém me ouve, fui tão mulher que o primeiro médico que escolhi era um todo grosso, novinho, jeitoso, com ar de engatatão, e depois respirei fundo, li melhor as suas especialidades (num português todo bonito dizia qualquer coisa que significava o mesmo que "troco ancas normais por ancas postiças e curto bué fazer artigos científicos e dizer que os fiz enumerando-os exaustivamente na minha descrição do hospital em que trabalho"), e decidi procurar um com ar mais "normal", e que dizia na sua descrição algo que talvez fosse mais adequado à minha situação "sei de merdas que ajudam pessoas que se esbardalham e que têm a mania de fazer desporto intensivo sem consultar primeiro um médico"

Então, inspirando profundamente, retenho o ar nos pulmões, cancelo a consulta com o médico bonzão e decido ir àquele, que aparentemente me iria tratar da saúde... de outra maneira 

E para já é isto meus senhores.

Universo, piedade desta moça sim? Que isto não seja merda nenhuma!

09
Abr21

Do desatino que é esta contínua busca de emprego

Humorosa

É Sexta-feira yeahhhhhhhh....

Devia tar a cagar-me para escrever um texto sobre procura de trabalho numa sexta-feira em que já há esplanadas abertas e eu estou a morar mais perto da praia no preciso momento... Só que não.

Imbuída de um espírito revolucionário venho deixar aqui o meu azedo de hoje sob a forma de pílula dourada de açúcar nas vossas beiças (e em primeiro na minha), porque estou, continuo e algo me diz que continuarei espantada com a forma como não consigo sequer cumprir os mínimos do que eu achava que era normal num processo de procura de emprego.

Ora então expliquem-me lá onde é que eu estou a falhar no processo:

Empresa precisa de um recurso -> Empresa põe anúncio nas internetes

Humorosa precisa de emprego -> Humorosa responde ao anúncio da empresa

Ora que, na minha altura de filosofia havia uma coisa que se chamavam silogismos, que creio que hoje se chamam "proposições lógicas" que explicavam sem pingo de amor que se p então q, p implica q. E pronto, sem discussões meus chouriços (só para honrar a memória do meu prof. de filosofia que nos acarinhava sempre com um caloroso "cala a boca chouriço").

Daí que sempre pensei que procurar emprego se resumisse essencialmente a responder a anúncios de emprego (que neste momento abundam na internet), *jingle do Só que não*, SÓ QUE NÃO.

Então o que acontece perguntam vós e muito bem. Bom, o que acontece é que eu mando email, cv, e de repente há toda uma OMISSÃO DE VIDA NA TERRA INTERNAUTICA. Ou isso a boa resposta polida e generalizada para todos os que se candidatam e mais alguns ets que possam quiçá receber essa notificação no seu email a dizer "Obrigada pelo teu tempo mas já tinhamos alguém para esta vaga mas como sabes tínhamos que abrir o anúncio porque temos kpis para cumprir e precisamos de um número x ou y ou z de currículos que entraram para poderem dizer que escolheram a pessoa W de entre esses mil (tantos!) candidatos e que são muito bons e merecem o prémio mensal." Ah esperem... isto fui eu a bolsar. A versão real é: "Obrigada pelo teu tempo e interesse na empresa x. Lamentamos mas devido ao enorme volume de candidaturas a tua não foi selecionada. Obrigada e bom dia."

[pausa para inspiração profunda que isto até tá escrito de forma humorosa mas continua a tirar-me do sério...

ai que lá se me sobe o meu colesterol que ainda por cima entre ontem e hoje enfardei duas merendas, um croissant de doce de ovo e ainda meia trança.. FUCK YOU TOO GOOD TOO GO - primeiro não me contratam... eu que fiz todos os vossos vídeos de seleção num inglês exímio e agora fazem-me gastar 2,99€ e sacar uma caixa de bolos e salgados de uma qualquer pastelaria perto de mim alimentando a gula que tento desde a minha adolescência perder. FUCK YOU SENHORES.

Com amor. E humor tá? Que isto continua a ser um post para rir...

(porque apesar de apetecer chorar é melhor assim, é o propósito deste blog, diz a Humorosa a si própria)

E é isto, por agora, putaquepariusomeapetecedizerpalavroeselembrarmequesouvalidaefofinhaequevaiaparecerotrabalhocertoporqueeujaandoatreinarparaaceitarnaosdizernaoseselecionarmelhoropeixequemecalhanarede.

My part is done, 

Uni(verse) now it's up to you!

05
Abr21

Logo no dia em que eu ia matar saudades de uma esplanada...

Humorosa

...está um nevoeiro são sebastiónico que não dá com nada!

Isto é mesmo para me deixar focada nas 20490258 mil coisas que ontem à noite, no auge da meia-noite e tal decidi começar a rever e que claro, me deram uma noite tão mexida qual Lux às 3h da manhã (oh para mim a fazer uma piada sem conhecimento de causa! perdoem-me os entendidos se tiver utilizado mal a referência temporal...)

A ajudar o pai que é velho (como se costuma dizer), hoje tive a experiência de começar o dia (e isso significou levantar-me às 6h della matina) a dar uma aula de yoga, por isso o meu querido cérebro de compromisso, com medo de falhar ao seu "appointment" decidiu dar-me apenas uma noite de sono leve daquelas que acredito que a maioria das mães (oh para mim outra vez a fazer uma piada sem conhecimento de causa) faça quando a criança está doente e elas a velam durante uma noite inteira com um olho no burro outro no cigano, não vá a tosse, ou as cólicas levarem a melhor e elas não estarem prontas que nem umas super heroínas para atacar a maleita.

Pois que esta noite foi assim dessas, agitadas, a rever mentalmente as coisas para fazer no dia de hoje que se presta a um dia com sabor a fecho e início de mais uma caminhada entre casas que não sei bem quanto mais tempo irá durar. Pelo menos agora terei outros jardins para percorrer, mar para ver, e quiçá outros horizontes de sol a banharem-me a alma (tudo muito poético, não fosse agora me estar a doer um dente em resultado dos dois gelados e S's de canela que enfardei copiosamente ontem durante o dia de Páscoa porque achei que podia. Logo eu que vou hoje entregar um miminho à dentista por não me ter arrancado a alma quando me arrancou o siso. Fico na dúvida se lhe levo o mimo e me queixo sobre o dente ou não. É que aquela cadeira por mais cor-de-rosa que seja continua a ser desconfortável para caralho. Se calhar não digo nada sobre o dente e espero que o pedacinho de chocolate ou de caramelo que lá se enfiou derreta e não me foda mais o juízo.)

E é isso meus senhores, vou zarpar da casa de costume da Humorosa, para habitar por uns tempos a casa de costume do R.espetivo e cheirar novos ares e divisões de casa. A juntar às mil coisas que tenho para fazer hoje, espera-me um fim de dia entre marmitas, sacos de roupa e sensação de "Vais partirrrrrrrrrrrrrrr naquela estradaaaaaaaaaaaaaaaaa..."

E diria que para já, é isto.

Vou comer que isto de dar aula em jejum abre os apetites.

01
Abr21

Se calhar a humanidade sobrevive

Humorosa

Pois que ontem vos dizia que tinha sido muito má pessoa...

Já hoje, para vos provar que cada dia é um dia, e cada momento é um momento, acabei de ganhar pontos de karma fazendo uma boa ação que nasceu qual geração espontânea.

Ora então que a mãe da humorosa é enfermeira e hoje queria fazer um mimo à equipa (porque nesta altura já anda tudo para lá de descabelado ainda que já careca) e pediu-lhe para encomendar pizzas para serem entregues no hospital.

Ora que aqui a humorosa como veem é cheia de paleio e consegue vender um pente a um careca (not!), e no alto da sua boa vontade de explicar tudo a todos, mesmo quando não querem nem saber, ao telefone lá explicou que a mãe era enfermeira e que ia fazer uma surpresa à equipa e que eu precisava de saber que menu recomendavam e qual o preço mais ajustado, isto sem pensar meus senhores, no que iria acontecer de seguida...

(suspense......)

(rufar de tambores....)

"Dado esse contexto a Telepizza (e agora não é um post patrocinado mas eu quero pregar ao mundo a empresa que permitiu este pequeno milagre) terá todo o prazer de oferecer gratuitamente e ir entregar à sua mãe 5 pizzas para ela e para a sua equipa."

E eu só não me larguei a chorar porque não calhou.

Não obstante, com um enorme entusiasmo na voz, parecia uma tonta, porque só conseguia meio que num grito entusiástico dizer OBRIGADA OBRIGADA OBRIGADA OBRIGADA de forma ininterrupta sem deixar a senhora falar e perceber que ainda por cima eles poderiam escolher os ingredientes!!!

Nesse momento, o meu amor-ódio por pessoas e pela humanidade em geral restaurou-se.

E pensei... 

Se calhar há mais gente da minha tribo... eu é que ando meia perdida à procura deles.

"ALWAYS LOOK FOR THE HELPERS, IF YOU DON'T SEE ONE, BE ONE."

É isto.

31
Mar21

Menti-vos! (Reflexão sobre o meu não processo de compra de gelados)

Humorosa

Humorosa here, eu me confesso, menti-vos.

Disse que ontem ia comemorar o meu grande feito congratulando-me com gelado porque podia e acabei por não comprar merda nenhuma. Isto porque, passo a explicar, aconteceu isto na minha cabeça dentro da minha breve incursão ao Continente (ps. Isto não é marketing até porque eu não gosto assim tanto de ir às compras no continente... sou mais de Lidls e Aldis e cenas afins e isto continua a não ser um post publicitário.):

Eu:

"Hummm... a minha boca está a saber a sangue. Será que é suposto?"

"Epá tou-me a babar... se calhar isto não é muito normal... Se calhar a dentista quando disse que era para fazer exercício leve não incluía caminhada de meia hora... hum.. eu e esta mania de querer desafiar-me. Se calhar fiz cagada."

"Epá e se eu me esvair em sangue na boca tipo mega filme de terror e gore e afins? E se eu desmaio praqui? Seria a vergonha. Correu tudo tão bem na dentista e borrava agora a pintura. Puta que pariu... não não... concentra-te."

"Epááaaaaaaaaa tou a ficar com um calor do caralho! Próximo passo... concentrar-me em rótulos e não nesta sensação urgente de bazar daqui o mais rapidamente possível."

(As luzes começam a ficar demasiado intensas e eu uma barata tonta entre os corredores)

"Fodaaaaaaaaaaaaa-se. Isto é um ataque de pânico. Olha que bonito. Vá vá... concentra-te vai lá à arca dos gelados. Um pé, outro pé, outro pé, e outro pé, e outro pé... cheguei caralho! Olha que merda... só há gelados com necessidade mecânica de mordedura e eu tenho um enorme buraco no sítio que já foi um dente... next."

"Ora gelados de comer à colher... impecável, sim senhor, mas com pedaços e pedacinhos. Já me estou a imaginar a deixar um pequeno suspiro no buraco que outrora foi o meu siso, ou quiçá uma breve lasca de straciatella (tá mal escrito mas não me apetece ir ao google..)"

"Ok, vamos lá tentar não ser gordas. E se formos aos gelados vegan e açaís da vida? Comes, lambusas-te e não te sentes uma enfardadeira... Vamos lá."

"Hum... já me estou a sentir melhor, esta merda de ler rótulos resulta mesmo, ou para quem quer dizer à especialista, esta técnica parcial de grounding até que resulta. Ora...gelado vegan de baunilha do madagáscar... Uau, que fino! É mesmo isto, vou levar este potinho na hora. Ora... quanto custa? 6,99€. Sayyyyy what??? A sério? Não vai acontecer. Portei-me bem no dentista, o valor não foi assim tão dispendioso, não vou levar isto só para parecer que no conjunto financeiro dos meus gastos do dia fui arrancar um dente a Cascais. NEXT."

"Bom...sobram-me os iogurtes. E se me permitir comer um grego? Um iogurte calma minha gente. Então... açúcar - IMPOSSÍVEL, Gorduras saturadas a.k.a. o meu demónio do colesterol - Impraticável... Epá, puta que pariu, que nem para prevaricar dá para fazer a merda pela metade. Olha que se foda, vou levar este com sabor a figo e canela que é o mais exótico que por aqui há e eu quero comemorar o meu arrancar de dente como gente grande...."

(Dobra a esquina dos iogurtes e numa prateleira começa a brilhar uma luz cintilante, quase que angélica a chamar por mim e de repente, aparecem uns iogurtes proteicos com uma míriade de sabores (adoro a palavra míriade) a ecoar qual canto de sereias a encantar o Ulisses perdido nos mares que rodeavam aquele Continente ... *pun intented*)

"Caralho!!! Tanto iogurte diferente! Olhaaaaaaaaaaaa mas que bem, nem gorduras, nem açúcares, só PROTA amigos!!!! Olha que escolha consciente eu já consigo fazer... comecei a pensar quando saí de casa que ia buscar um mac flurry ou um sunday (simples para não ficar com pedaços no buraco) e acabo a comer tipo Isabelinha da Tvi (já não é pois não? Eles lá se chateiam todos o que me faz crer que a minha vida profissional até nem é assim tão fora da mé(r)dia) Tou orgulhosa de mim carago (com sotaque do PUORTO que há uma voz interna minha que ficou gravada assim...tripeirinha caralho)"

"Ora então... vamos escolher... é um destes, um daqueles, outro dos outros, e outro destes. Fazendo as contas dá um para o almoço, outro pro lanche, outro pro jantar e és uma linda menina que em vez de comer gordices para comemorar o seu feito decidiu fazer uma escolha consciente e ponderada, fazendo uso do seu humor relaxado e calmo ao invés do seu humor enérgico que normalmente a faz escolher andar de trotinete sem travões. Chupa inteligência emocional, tou-ta perceber cada vez melhor!"

Posto isto, levei os iogurtes empilhados, como se tivesse acabado de os roubar de uma arca do tesouro e como comecei gradualmente a entusiasmar-me de novo deixei esbardalhar um no chão que se esbeiçou todo e nesse preciso instante uma nova decisão era necessária: Pagar pelo estrago mesmo sabendo que não iria comer o iogurte com covid dos sapatos de todos os utilizadores daquela grande superfície, ou colocar estrategicamente o iogurte na estante, fazer a sua troca por um novo, e decidir que aquele iria contar como "ruptura de stock" porque a Sonae pode. 

Ora pois que eu não posso ser sempre boa pessoa pois não?

30
Mar21

Já está caralho! Menos um dente! (e uma reflexão sobre como podemos ser tão errados nos nossos pensamentos)

Humorosa

BOM DIA ALEGRIAS!

Começo este post pseudo-reflexivo-e-ainda-assim-cómico-porque-este-é-o-mote-deste-casebre por dizer que tenho menos um dente. O dente do siso foi removido com sucesso e honestamente as 4 horas desta noite que passei em pura tensão, a visualizar num quadro colaborativo que ao invés de ser digital era mental, foram totalmente desnecessárias. Ou melhor, como verbalizei no fim da consulta (que demorou praí 30 min) "Tanta merda para isto..." fazendo rir o trio que já me atura os tremeliques na cadeira de dentista há já largos anos.

Mas serve este post não só para me rir do rídiculo dos meus pensamentos medricas, como também para me/nos lembrar de não lhes ligar grandemente em momentos de aflição, senão vejamos todos os pensamentos que tive e que foram totalmente gorados pela realidade, ou para dar uma tónica mindful, pelo "Aqui e agora", que é na verdade, o Presente (e que mais na verdade, é o único tempo existente ... caso não consideremos teorias de cordas e merdas quânticas tá?):

1. Vou apagar-me na cadeira do dentista porque vou ficar mega nervosa - NÃO ACONTECEU NUNCA E NÃO FOI DESTA VEZ por isso CAGA NISSO.

2. Não vou conseguir controlar os nervos e vou parecer um vibrador como de costume na cadeira - Vibrei tipo quase nada, por isso, CAGA NISSO.

3. Vou chegar lá e já sei que com os nervos vou "cagar no assunto" assim que me sente no sofá - NOP. Nem usei o wc desta vez! CAGA NISSO.

4. Vou sentir a gaja a alavancar-me o dente - Não senti um caralho. CAGA NISSO.

5. Vou sentir a anestesia e vai doer-me. Não vou relaxar e a anestesia não entra - Senti só um bocadinho de nada, tipo um mosquito durante 1 seg, relaxei tanto que de repente não sentia nem a língua. Por isso... CAGA NISSO.

6. Não gosto de tirar sangue, por isso não gosto de agulhas então vou panicar quando olhar para a agulha da anestesia. (Como podem verificar este argumento é puramente lógico ... NOT) - Não só já tirei sangue várias vezes e não caí pro lado, como também vi a agulha, ela fez o que tinha a fazer, e eu ali, uma vencedora. Por isso... CAGA NISSO.

7. Depois de me tirar o dente vai-me dar pontos. - Guess what? Ainda estou a morder uma compressinha e a babá-la toda mas pontos nem vê-los. CAGAAAAA NISSO.

8. Ah e tal e vou tomar antibiótico e vou ter que ter atenção para lhe dizer que da última vez fiz alergia a um que ela me deu e lá lá lá porque vou parecer um panda inchado nos olhos e depois pode interagir com a pílula e tenho que ver quando é que pára de fazer efeito. - Miga, coma uns geladinhos, cenas moles e frias e tá boa pra seguir. CAGAAAAAAA NISSSO.

9. Ah e tal vou ter que desmarcar a minha aula de yoga porque não vou poder dar aula nestas condições. - "Exercício físico leve pode fazer. Só não se ponha a levantar pesos..." Yap, CAGA NISSO

E ia escrever algo no 10 mas parece que o meu cérebro vazou por completo e apesar de ter tido certamente mais pensamentos à velocidade da luz que nem me apercebi, estes foram realmente os mais relevantes e olhem para eles... tão queridos e ingénuos, a tentarem criar uma imagem de futuro com elementos do passado, IGNORANDO TOTALMENTE QUE A NOVIDADE DO PRESENTE SE INFILTRA NO MOMENTO E TRAZ-NOS SEMPRE UMA NOVA ABORDAGEM QUE NÃO ESPERÁVAMOS (ps. Não estou a ser rude. Só quis escrever em letras garrafais para ver se de uma vez por todas eu faço as pazes com o meu cérebro e com a sua velocidade furiosa de criar-pensar-inventar-prever e perceba com CARINHO (outro conceito importante de reter) que ele vai sempre fazer isto, e vai haver vezes que vai ser útil, outras que nem por isso. E mais, que eu estou a TREINAR para que ele mostre a si próprio que em momentos de pensamento corredor e com medo, por FACTOS do Passado - os inegáveis sucessos da Humorosa - no momento não há razão para dar valor à voz Drama Queen, mas sim à voz calma que repete incessantemente - que a Humorosa precisa de repetir-repetir-até-deixar-entrar- "O dente já saiu. O dente já saiu. O dente já saiu. Já não vale a pena ficares nervosa." E que puta que pariu, JÁ CONSEGUE ACALMAR a roda viva que ela tem dentro.

Posto isto, e desculpem a todos a punhetice, mas vou comemorar este sucesso congratulando-me, e passando a referir-me a mim, como Dona Humorosa, a Rainha das Conquistas.

Isso e a comer gelado.

PORQUE POSSO!

26
Mar21

Caminho de desenvolvimento pessoal (E não este não é um post auto-reflexivo-cansativamente-filosófico)

Humorosa

Ontem dei comigo a trilhar mais um pouco do meu caminho de desenvolvimento pessoal num lugar que aparentemente seria improvável.

Já dentro do chuveiro, embrenhada no vapor que saía e embaciava azulejos e espelho do wc, principiou-se em mim uma enorme vontade de cantar que, sendo tão impulsiva, só me permitiu aperceber-se da sua existência material quando de repente, a alto e bom som, estava eu a cantar o refrão desta música:

Assim que me apercebo aquilo que me deu, fosse um pequeno achaque ou um nevoeiro nas sinapses, decidi que iria continuar o canto lírico desta música em plenos pulmões, num loop incessante, até que de repente, o meu amado cérebro decide começar a inventar letra para as partes que não são o refrão e PASME-SE, letras sobre o meu percurso de desenvolvimento pessoal.

Posto isto, com a música de fundo "O pito da Maria " poderiam ouvir-se estrofes como as que irei tentar reproduzir com a fiabilidade que me é possível hoje, já distante daquele momento épico entre fumos de palco:

"Neste momento lindo

No dia, mas já no fim

Quero dizer ao mundo

Que já gosto de mim"

(e depois cantava... "Oh Maria dá-me o pito, Oh Maria dá-mo cá, Oh Maria dá-mo pito, toma lá dá cá....)

"Quero também gritar

Para eu não me esquecer

Que eu mereço amar

Mas mereço não me perder."

("Oh Maria dá-me o pito ... (etc já perceberam))

"E estou agora no banho

A cantar à desgarrada

Tentando mostrar a mim mesma

Que eu sou mais que uma destravada"

("Oh Maria dá-me o pito ...")

"Por isso quero gritar

Para eu não me esquecer

Que eu estou a fazer mudanças

E vou continuar a crescer"

("Oh Maria dá-me o pito...)

"E assim termino as rimas

Porque quero-me lembrar

Que eu estou num enorme processo

Para me auto-aceitar"

("Oh Maria dá-me o pito... oh maria dá-mo cá, oh maria dá-mo pito, toma lá dá cá")

E termino com um audível "Obrigadaaaaaaaa local onde a Humorosa vive, obrigada obrigada (tipo Amália)"

E quando saio do banho o meu respectivo diz-me a rir-se

"Tu és a cantora, és a banda, fazes a festa, apanhas os foguetes e é sempre siga".

E eu envergonhada pensei para comigo que "yap, este é o caminho..."

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