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Humorário

(um diário de rir para não chorar)

(um diário de rir para não chorar)

Humorário

31
Ago22

Vou usar este blog pra desencravar as rodas dentadas

Humorosa

Ultimamente deparo-me com as rodas dentadas do meu pensamento a precisar urgentemente de WD40. Assim num nível exponencial diga-se de passagem. Tenha sido do covid, do despedimento, da loucura dos dias, ou dos chineses, uma coisa é certa, há momentos em que as engrenagens do relógio que opera a minha cabeça encravam, mas oh se encravam. Bloqueam-se-lhes os dentes das rodas dentadas e se não leva uma pancadinha assim a seco lá teima em ficar qual boneco de corda empenado, a piscar só um dos olhos tipo boneco malvado de uma qualquer casa de terror abandonada por esse Portugalito a fora. Pois que então, passo a decidir que este blog, já usado para outros fins, será utilizado para desemburrar quando esses momentos de fricção acontecerem. Pego em mim, venho aqui, as mãos escrevem, o cérebro vê as mãos escreverem a história da alma, e percebe que tá tudo bem, que eu continuo funcionalzinha, maravilhosamente normal, sem qualquer deficiência e que podemos voltar à vida como ela é, naquela tentativa de a irmos acariciando e acarinhando, dia após dia, para que a possamos degustar, aceitar e vivenciar tal como ela é, e não tal como um qualquer pensamento distorcido e irrealista queria que fosse (e que ainda por cima não fazia sentido nenhum!!!!). E é isto meus senhores. Rodas dentadas a rolar, vou trabalhar qualquer coisinha :P

30
Ago22

Afinal afinal...

Humorosa

estava a fazer umas coisinhas mal. Isto de ter um cérebro criativo e muito curioso por soluções tem que se lhe diga. Estava a ficar com uma bela pescadinha de rabo na boca e a dita a engasgar-se, ainda por cima fora de água. Façamos pois o seguinte: primeiro tiramos o rabo da boca da pescada, e sempre que o dito quiser pra lá se enfiar, mantemo-nos bondosamente firmes, como uma criança que é corrigida pelos seus carinhosos pais a passar na passadeira e não no meio da rua movimentada de carros e carrinhos e o diabo a sete, mostrando-lhe o caminho. Um formato This is the Way carinhoso. No entretanto deste tira-mete-tira, pomos a pescadinha na água que é o seu meio natural e decerto tudo fluirá melhor e mais facilmente. Sigam-me para mais receitas metafóricas de saúde mental no meu não canal de youtube. Fui tirar o rabo da pescada da boca que ela está a começar a engasgar-se outra vez. <3

29
Ago22

Voltei, voltei, voltei de lá

Humorosa

Dizem que às vezes precisamos de nos afastar para depois podermos ver melhor o que precisamos para nós. E eu preciso de escrever como de pão para a boca. Correndo o risco de vos aborrecer novamente com crises de ansiedade e outras coisas que tais, venho por este meio partilhar convosco a minha realidade 3.0, já atualizada, em que essas crises tomaram agora o revestimento daquilo que, mal e porcamente pesquisado no google se chama, crise existencial. Dizem que isto é normal num conjunto de situações tipo lista de compras nas quais eu ponho o pisco em quase tudo e portanto tenho mérito e direito de reunir as condições que se prestam à consequência que tenho nas mãozinhas, ou melhor, no cérebro, que isto ataca mais a cabeça e faz sofrer da mesma. Assim sendo, a partir de agora em vez de ter comigo aquelas preocupações altamente banais de "vai-me dar aqui a macacoa" ou "é hoje que morro aqui em frente a toda a gente", ou "vou fazer figuras ridiculas à frente desta malta toda", agora é mais "mas afinal o que é que é a vida?", "porque é que temos que morrer?", "como assim todos os dias estou a envelhecer?", "como assim não consigo agarrar os momentos que estou a viver porque o tempo é um fluxo que está sempre a correr?", "onde é que está a criança pequena que fui? para onde raio foi aquele corpo?", "e sera que se eu me distrair quando olhar ao espelho já sou velha?" e "será que vou ser mãe?" e "como é que vou por um filho no mundo sabendo que ele vai morrer um dia?", e por aí vai... Como vêem, tudo pensamentos inúteis a uma vida "normal" e funcional. Assim sendo, estou agora em processo de autocompaixão, porque pelo que li por aí, é normal que a malta passe por isto, e portanto, eu vou sobreviver, só tenho que arranjar forma de quando este emaranhado lindo de pensamentos que agora teimam em ser um dragão que me queima as entranhas, seja o ponto de partida para um belo edredon de crochet, colorido e super aconchegante. Tenho-me lembrado imenso das palavras da minha arterapeuta que nunca mais abandonaram esta cachimónia: "Andamos todos aqui aos papéis" e de facto, acho que fugimos desse facto, de mostrar isso, de sentir isso, de partilhar que na verdade, fomos postos aqui e andamos assim meio-meio, em direção a algo, umas vezes cambaleando outras saltitando, mas sem saber muito bem que raio de magia é esta que nos fez, nos faz, e nos desfaz para nos voltar a fazer num ciclo infinito de faz-desfaz-faz, numa espiral de crescimento infinita da qual nós fazemos parte, e que muito honestamente, neste momento só queria mesmo aceitar para acabar com este sofrimento torturante. É que é só rídiculo ter na cabeça a ideia de que não devíamos morrer, não devíamos envelhecer, e não devíamos ser frustrados. É irreal e faz mal. Por isso agora vou ali cagar nestes pensamentos momentaneamente, para voltar a ter uma ligeira sensação de controlo e serenidade e fingir que estou toda unida shanti shanti com o corpo e a mente no sítio, e super aceitante desta história que vou escrevendo sem saber muito bem como. Só agora percebi o outro filósofo, quanto mais aprendi e soube sobre o mundo mais concluo que na verdade nada sei. Talvez comece a tratar os dias como se eles fossem fruto da Magia. E talvez isso me ajude porque cada vez me parece que a vida está muito mais próxima disso do que de outra coisa.

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