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Humorário

(um diário de rir para não chorar)

(um diário de rir para não chorar)

Humorário

29
Jan21

O paradoxo da escolha num chocolate com 99% de cacau

Humorosa

Olá mundo!

Hoje decidi fazer o meu passeio higiénico e por casualidade acabei por entrar num supermercado que não costumo frequentar por ser overpriced e porque eu não moro na expo ou na linha de cascais (conseguem adivinhar qual é?).

Adiante... estava eu a fazer match com o tempo cinzento que estava pelo que decidi animar-me e qual velhinha voltei a decidir entrar num supermercado só para poder ver todas as marcas de coisas disponíveis sem a pressão do tempo ou de ter que as comprar.

Assim que entro qual não é o meu espanto quando sou brindada com esta música 

deixando-me assim num misto de confusão se seria o universo a dizer que o tempo da minha vida deveria ser em pleno confinamento, num dia cinzento, dentro de um supermercado overpriced, sendo a única vestida de calças de fato treino vermelhas e camisola verde bandeira de portugal ah e ténis, da decathlon, 11€ note-se (muito pouco pedigree) no degredo de ver prateleiras a fio sem intenções de comprar porra nenhuma e só para se distrair.

MAS eis pois snão quando se me acomete uma epifania *som de coro celestial*

E olho para o chocolate com mais cacau que já alguma vez vi na vida, a brilhar, em letras douradas: 99%.

O santo graal dir-se-ia.

Não obstante o momento Ice age com a bolota, começo a ler o rótulo nutricional (que isto agora é a minha vida desde que soube que o colesterol total está nos 230mg e apesar do bom estar alto o mau também está) e vejo para meu espanto e quiçá terror que a quantidade de gorduras saturadas é do nível do demo! Quase 30% do dito é gordura saturada!!! E eu que sempre comi chocolate negro quanto mais negro melhor às pazadas, renunciando comer os meus tão amados croissants devido à quantidade enxarcada de manteiga que eles levam e afinal...ERA TUDO MENTIRA.

E subitamente, revoltadíssima com a minha descoberta, pego num chocolate com 50% de cacau e deparo-me com o facto de ter gorduras saturadas mais baixas... qual o catch? aumenta no açúcar!

Ou seja...

Eu ou escolho ter colesterol ou ter diabetes.

E subitamente ocorreu-se-me o enorme paradoxo que me atormenta: o paradoxo da escolha - para cada escolha há uma renúncia.

E deprimida não comprei chocolate nenhum, acabei por comprar um doce de laranja light que para lá acenou a dizer que era mais saudável, esqueci que tinha passado pelos "croissants da minha rua" e vim para casa comer uma pizza vegetariana do aldi com uns salpicos de queijo de cabra só para matar o desejo de sentir na boca o sabor encorpado de uma nata.

Vida, mas porquê?

Hei-de ser velhinha e toda rezingona hei-de te gritar que vou continuar a querer tudo!!!

Se vim cá é para experimentar TUDO! (ler com a entoação do MENTIRA da Joacine).

E por hoje é isto.

Abraço e um queijo quark zero por cento com 0,2g de gordura em 100g que não sabe a piça nenhuma mas que eu arranjo maneira de me consolar num panito ou com uns cereais lá pra dentro.

Diabetes ou colesterol?

Eis a questão. 

28
Jan21

Da dissecação corporal e emocional que é reescrever um CV

Humorosa

Reescrever um CV é sempre para mim um exercício de dilaceração interna.

Talvez porque eu não consiga existir separada (no sentido emocional e racional e tenho o DAMÁSIO a dar-me palmadinhas nas costas e a dizer que eu tenho razão) o simples processo de rasgar, reescrever, polir, limar dá-me volta ao estômago.

Talvez ande nestes dois últimos dias como disse a M. na #teamnataazeda, talvez seja a minha crença de base de que todo o exercício de síntese me obriga a uma renúncia, e de que eu não quero ter que renunciar à minha essência complexa, agora que ando num exercício de auto-amor e aplicação de cola e fita cola e bostik e chiclete a todas as partes que eram minhas e que foram outrora cedidas e perdidas quando em relação com o mundo só para poder "encaixar" fazer o "fit". Fodam-se. Tou cansada. Chega. E chega mesmo.

Dentro de mim, quando começam a dizer que sou demais, que tenho energia a mais, ideias a mais, quero viver demais, quero sentir de mais, começou uma revolução interna que só se pode resumir ao seguinte gif:

Isto.

e que tem alimentado a minha tentativa de sanidade mental. Se eu gosto de escrever muito VOU ESCREVER CARALHO! Deixem-me. E com palavrões. Simplesmente porque também sei aceder ao meu lado de VERBORREIA CAMONIANA e por conseguinte saber como me comportar caso algum dia tenha que jantar à mesa do nosso novo e contínuo presidente Marcelo Rebelo de Sousa.

Entendei isto de uma vez: Se eu me sei comportar em qualquer contexto então eu posso, devo e VOU ESCOLHER de que forma me quero comportar e como me vou mostrar. As vossas percepções também têm que começar a ser desafiadas e se calhar se vos aparece uma engenheira como eu que é simultaneamente apaixonada por pessoas e é professora de yoga em vez de começarem a achar que ela é "esquisita" "freak" e "weird" deveria fomentar a vossa curiosidade para saberem mais seus cabeças de caralho!

Não posso e não devo ser só eu a mudar o meu discurso e o som da minha flautinha de Hamlin, é o vosso ouvido que também tem que aumentar o espectro e deixar esses estereótipos e heurísticas (que apesar de eu adorar a palavra caralho sei o que significa) de lado.

Obrigada e um queijo.

(com e sem lactose, e quiçá vegan para incluir todes)

Fui (ainda um bocadinho azeda).

Espero não bolsar.

27
Jan21

Esta vida é irónica pá

Humorosa

Ainda anteontem estava a escrever um poema sobre o quão bonita é a nossa história ainda que com discussões difíceis para afinar agulhas porque já há muito tempo que não havia uma discussão e parecia que estava tudo a encaixar-se finalmente quando de repente por causa da merda de uns posts no instagram daquilo que decidimos que iria ser o nosso projetozinho a dois, ontem meio que quase se fodeu tudo.

Pois é.

Este post serve para ilustrar aquilo que desde o início me incomodou/incomoda e que ainda hoje, à presente data não tem solução e que eu adoraria apelidar daqui em diante de PARADOXO DA PIÇA.

E por amor da santa deixem-me dizer o caralhinho dos palavrões todos que me apetecem, gritar através das teclas e dos caps locks desta vida, porque se ele tem o direito de não gostar dos meus palavrões em público porque o expõe, isto aqui não é público e eu até nisso o estou a respeitar. Se não sou uma fofa.

Aviso à navegação, este será um post com ligeiro sabor amarguito, por isso se não forem fans de amêndoa amarga e de pequenos dramas relacionais pois que poderão cessar a leitura a partir do presente momento, clicar ali na cruzinha no canto superior direito e seguir a vossa vida (sem retaliações, que por mim podem voltar sempre que quiserem).

Adiante.

Então o Paradoxo da Piça é um parodoxo relacional que se prende com a interação entre duas pessoas distintas (um belo pleonasmo per si) e que se define pela tentativa individual de validar a sua posição, interação e gostos no mundo de ambas as partes resultando numa guerra bacoca de Eu respeito que sejas diferente de mim mas é esta diferença que nos traz a estas discussões que não têm uma solução porque na prática eu tenho direito de ser como sou e sentir o que sinto e tu também. 

De forma resumida o paradoxo da piça pode ser ilustrado pelo seguinte aforismo:

Se eu tenho o direito de sentir o que sinto e ser como sou

E se tu também tens o direito de sentir o que sentes e ser como és

Como caralho é que vamos chegar à piça de um consenso para que possamos conviver e quiçá partilhar um futuro sem que um de nós ceda?

Ah, mas não podemos contar quem cede, porque se contarmos vamos fazer um while ao ciclo e o aforismo começa de novo.

Sabem que vos digo?

Puta que pariu.

E essa história de amor incondicional e aceitação incondicional tá muito mal contada.

Ou aqui a je ainda não atingiu um patamar de evolução que lhe permita gerir estas bostas no imediato, mandar para trás das costas, e seguir o dia que se segue como se nada fosse mesmo.

Passou um dia e eu ainda estou assim, em modo nata azeda.

Posto isto que se calhar é melhor ir caminhar.

Vou higienizar-me no meu passeio.

(isto visualizado assim de forma literal remeteu-me para passar o papel higiénico na pardaleca em plena via pública)

Definitivamente estou afetada.

É o confinamento.

Tou fartinhaaaaaaaaa disto.

Quero ver pessoas variadas, de multiplas cores e sabores por favor que eu já sei que quando a concentração de uma substância única é elevada e não se permite diluir torna uma coisa muito boa numa coisa muito má e muito chata e não apela ao seu consumo.

Tenho dito.

Fui.

(azeda.)

26
Jan21

A minha reza de hoje é

Humorosa

"que o subsídio de desemprego me caia na conta, que o subsídio de desemprego me caia na conta, que o ... "

já sabem o resto.

Estou aqui naquele mini panicozinho de que apesar de todos os pedidos terem sido diferidos (palavra que muito gosto) possa haver um pequeno caos que foda a entropia do sistema...

(ou noutra linguagem - a ansiedade tá a comer-me o dedo mindinho do pé).

É isto.

Os professores de yoga também são pessoas! Nunca se esqueçam disso.

24
Jan21

Dos dias como o de ontem...

Humorosa

Sou só eu que quando faço caminhadas da cozinha para a sala, da sala para o wc, do wc para a sala, da sala para o quarto, do quarto para a cozinha e o meu meio de cultura (note-se aqui a referência a meio de cultura microbiótico) é o sofá, que depois quando vai para a cama sente que como descansou o dia inteiro não precisa de dormir?

Ontem era 1 da manhã e eu tava pronta para continuar o sábado com sabor a dia útil.

Puta que pariu este confinamento...

22
Jan21

Vou ter uma entrevista agora...

Humorosa

E se a entrevistadora soubesse que hoje não tomei banho, já andei a lavar 18 kgs de roupa (muito específico porque enchi uma máquina daquelas wash-self-service), voltei a casa, comi, olhei-me ao espelho e pensei: Vou ter que a enganar muito bem que com esta cara de dona de casa a coisa não vai lá.

Posto isto começou a soar esta música na minha cabeça (já sabem que isto é um fenómeno da Humorosa)

e fui buscar todos os utensílios necessários à operação:

- Ferro de encaracolar - check. (Foda-se que fiquei com cornos... alisa alisa alisa... dedos dedos dedos... foda-se. Caga vai assim.)

- Corretor de olheiras - check. (Foda-se isto ainda tá dentro da validade ou quê? Hummm tá arder. Se calhar não. Bom, mas já tá já tá...)

- Base - Check. (Olha que nice tá a cobrir... splash... base pelo lavatório inteiro "Não controlamos os nossos acontecimentos. O que queres fazer com isto? FODA-SE FILOSOFIA....Agora? Papel higiénico, limpa limpa, tadaaaam)

Pinto os olhos? Oh já vou ter que me desmaquilhar e vou... sa foda. Lambusa no risco preto e no rímel transparente para não abusar.

Dentes... Dentes com restos da vitela estufada e puré... hum... fio dentário aqui, ali, já está melhor.

Por fim, só para chocar quem concorda com o Ventura um batom.... Não é vermelho mas é rosa quase choque.

Espero que ela não se choque.

Já eu... estou a arriscar de caralho que a entrevista é daqui a míseros 5 minutos.

É isto.

Viver no limite.

21
Jan21

Acordei hoje às 6h45

Humorosa

(Estou desempregada lembram-se?)

Podia terminar aqui e denotar o quão maluca da cornadura sou e este post estava feito MAS...

...Não era eu.

Assim sendo passo-vos a descrever em ritmo futebolístico todas as escolhas da minha manhã:

Sãoooooooo 6e45 o despertador toca! Humorosa rebola-se para o lado, e depois para o outro. Aos apalpões no escuro da cama e maralha de lençóis procura a barba picante do seu gajo, encontra, puxa cabeça atrás e beijoooooooooo. Arrasa no beijo, grita para si só mais 5 minutos e rebola para um lado rebola para o outro e de repente passaram 6! Levanta-se de rajada, vai ao wc, baixa calças, cuecas, senta, xixi, papel, limpa, cuecas, calças de pijama para cima e pensa em viva voz "que se foda vai de pijama mesmo". Anda, vai mais rápido, tira cadeira da sala, liga aquecedor, põe pc em cima da cadeira, senta no tapete do chão, liga pc, liga gmail, clica no link, chega ao zooooooooooom e .........

...Não há aula de yoga às 7h00.

É isto.

 

[Side note: Se desesperei? Nop. Como boa profe de yoga que sou aproveitei o embalo e fiz com outra amiga que também se tinha sacrificado a acordar cedo para fazer essa outra aula. Dei eu, ela gostou, e fomos felizes. FIM. Que eu sou uma menina shanti shanti e não curto ficar com grumos de raiva por aulas de yoga não acontecidas que me fizeram acordar CEDO COMÓ CARALHO... zero, namastê.  PS: Isto é tudo personagem sim? Quando vierem às minhas aulas não esperem que os mantras tomem a forma de repetição de um "foda-se foda-se foda-se" se bem que ajudava. E note-se, ajuda mesmo!]

20
Jan21

Organizar, limpar, deitar fora...

Humorosa

...esta vida de dona de casa está a dar cabo de mim, pa pa ra para para para para pariiiiii.

Estou desempregada como vossas excelsas pessoas sabem, porque aqui a gaja tem a mania de bradar essa merda aos ventos (inclusive às senhoras com quem ocasionalmente se encontra nas máquinas de lavar self-service como forma de obter eventual pena, peninha, ou revolta conjunta pelo que me fizeram... psicólogos diriam que eu ainda não tenho isto resolvido... e eu diria que eles têm razão. Continuo a achar que o que me fizeram não se faz apesar de achar que eles perderam muito mais do que eu. Bois. Enfim...) mas com muito trabalho entre mãos.

Desde que vi no horizonte a possibilidade de ficar por casa neste modo temporário que decidi que iria fazer o que ainda não tinha tempo para ser feito - ARRUMAR A CASA. Mas arrumar não é limpar o pó, que esse continua a acumular bolinhas de cotão rolantes pelos cantos... É sim, remover tudo o que é excesso e já não funciona, e deixar "espaço para respirar" (como diz irritantemente o meu namorado, que note-se não tem culpa nenhuma do que diz e de como isto me irrita, mas é assim que o sinto porque eu gosto de espaços vazios para preencher. Mea culpa)

Deste modo decidi começar pelos livros a mais, comecei a olhar genuinamente para todos eles e fazer a dificílima tarefa de assumir "não te vou ler gajo... eu sei disso..." e decidir pôr de lado. Ora pois que de repente tinha uma fucking pilha de livros que me doeu na alma (mas já vários espaços vazios para respirar...*cara de enfado*) e decidi que a sua "morte" não poderia ser feita de forma breve e vazia, pelo que num momento de loucura e epifania decidi que os iria doar a pessoas aleatórias na rua, deixando-os em bancos de jardim do meu bairro, com um post-it cor-de-rosa-piroso-mas-bem-visível a dizer "Estou desinfetado e sou grátis. Leve-me consigo para lhe fazer companhia durante este novo confinamento". Posso dizer-vos que em alguns casos fiquei a observar a reação impagável das pessoas que ora se aproximavam ora se afastavam ora acabavam por levar os livros consigo com um sorriso de criança que havia encontrado um berlinde perdido na rua. Valeu a pena. Adoro que o meu cerébro tenha em si, a par das suas doideiras, insónias, ansiedades, e sinapses meio fodidas, estas ideias de génio (e não me fodam a cabeça que eu não sou nada convencida mas esta ideia merece o meu "approval")

Não obstante, hoje continuo em limpezas e arrumações do meu "espaço das artes" e puta que pariu que já deito folhas, folhinhas, papéis, cadernos, pastéis de óleo, secos, gizes e outros que tais "pelojolhos" meninos.

Por essa razão, fui (ser dona de casa desesperada e desempregada com a mania de pôr a casa a respirar mesmo que contrariada e sabendo que no fim vai valer a pena.)

 

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