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Humorário

(um diário de rir para não chorar)

(um diário de rir para não chorar)

Humorário

30
Out20

"Deita cá pra fora"

Humorosa

Apetece-me escrever um texto sério apesar de este ser um blog de escape humoral (será que isto existe?)

Apetece-me escrever sobre a empatia e como é tão difícil de aprender e ensinar esta competência a meio mundo, inclusive a nós próprios.

No mundo de hoje em que é tão preciso uma educação de dentro para fora, um respeito de dentro para fora, de mim para o outro, as competências emocionais são aquelas que agora se afloram à pele tímidas como um albino a olhar para o sol. Brancas e pálidas.

Estamos fodidos.

E muitas vezes estamos fodidos por não saber que um bom FODA-SE seguido de uma inspiração e expiração profunda são mais do que suficientes para continuar a jornada sem criar nódulos cancerígenas por supressão do que se sentiu, viveu e experienciou no corpo.

Eu já sabia que não expressar era morte, só não sabia que iria saber disso enquanto estava viva. Porque eu sentia isso nas minhas entranhas, porque só podia ser assim, e agora a ciência já me dá a almofadinha de conforto para pôr por baixo da cervical e relaxadamente ver o que sempre senti a ser corroborado por quem claramente sabe bem mais do que eu.

Para lidar com toda a merda é realmente preciso uma ETAR ou ATERRO.

A minha sugestão é encontrares qual o teu...

De que forma útil consegues transformar a tua merda em água novamente limpa ou adubo para te fazer crescer?

Pensa nisso e depois de pensares mete-te a mexer.

E como dizia o outro "Deita cá pra fora...."

(e já não me lembrava o quão creepy era o bonequinho. Tá memo apropriado para este Halloween )

 

28
Out20

Poça de água do mar escavada na areia molhada

Humorosa

Acabei de refletir depois de duas metáforas péssimas que ia fazer sobre o facto de o meu cérebro arranjar vários problemas para cada solução (atenção que com muito cuidado seu e para meu bem-estar que eu sei que os cérebros dão os cenários todos só para nos ajudar a tentar prever o futuro.... que nunca chega igual ao que pensámos mas eles tentam, e eu sei que é assim), que o meu cérebro é tal e qual uma poça de água do mar escavada já na areia molhada, quanto mais escavas mais água começa a subir.

Aqui a gaja escava para resolver problemas que andou a adiar resolver e da resolução só aparecem mais "E se's" dantescos com potencial catastrófico e mais uma vez dignos de fazer corar as produções da TVI.

Exemplo: Fui tirar sangue correu bem... Ai e se os resultados nao vêm bons? Vieram os resultados... Ai estão todos bons mas o colesterol continua alto... ai mas eu já nem como assim tão mal... e agora o que mudo na alimentação? Onde vou arranjar mais tempo para fazer cardio? E se depois mudo outros parâmetros? E se o que deu bem agora dá pior lá à frente...??? 

E como vêm é só METER ÁGUA.

Tenho dito.

27
Out20

Já está caralho!

Humorosa

Foi assim que comemorei quando cheguei a casa e me olhei ao espelho depois de algumas noites a dormir pouco ou muito pouco, porque hoje era O dia.

Acordei as 5h e qualquer coisa, e daí a estar sempre a olhar para o relógico compulsivamente foi um tiro. As 6h45 chegaram rápido. Eu queria estar às 7h30 no hospital para ser das primeiras a ser atendida.

Novidades para todos mas sobretudo para mim: DESAPONTEI O MUNDO.

1- Não fui direta ao wc assim que cheguei. Não mandei o Obama para a casa branca portanto, ficando-me apenas por umas ligeiras odoríficas (de odor + terrífico) bufitas que me deixaram claro que o medo cheira MESMO mal.

2 - Não fui atendida por um gajo todo grosso, e o único gajo que lá vi tinha ar de esquartejador por isso fiquei a rezar internamente para que não fosse aquele a tirar-me sangue. O universo ouviu-me. Não foi.

3 - Não desmaiei & Não morri. Belo combo hein?

Assim sendo e em jeito reflexivo, só tenho a dizer que esperar e antecipar momentos que a mente percepciona como aflitivos isso sim é um cocó!

Até porque no momento como já aconteceu no passado - "Não senti merda nenhuma."

Só a minha respiração que continuava a parecer uma ventoinha forçada a funcionar no modo 6. (Que vergonha para a minha reputação de prof. de yoga...)

Em suma, amanhã vou ao dentista e já vou com outra fé.

Esta conquista de hoje ninguém ma tira!

26
Out20

O meu cérebro dá 10 a zero aos produtores de novelas da tvi!

Humorosa

Vocês ainda não sabem mas eu tenho ainda assim uns pequenos pavorzitos que se relacionam com a saúde e/ou falta dela. Sendo filha de uma enfermeira era expectável que isto dos hospitais/consultas e médicos fosse super cool, só que não aconteceu.

Aqui a gaja não só não grama luzes azuis de ambulância como luzes azuis da bófia (conseguem adivinhar qual a profissão aqui do pai da criança? B-ó-f-i-a, isso mesmo).

Voltando atrás...ou melhor, dando um salto até amanhã de manhã ...

Dizem que me comprometi a ser uma mocinha bem ajuízada e a não falhar com o compromisso de ir às consultas de rotina e às malfadadas ANÁLISES AO SANGUE (isto escrito em letras garrafais para vocês terem real percepção de como o meu querido cérebro lê uma coisa tão fácil que se faz em menos de 5 minutos... (notem ainda que a parte do meu cérebro que escreveu esta parte é uma parte racional e esperta, a que se borra de medo foi a que escreveu em CAPS LOCK e curte mais sexo e prazer porque pronto é um bichinho que ou sente medo ou prazer... coisas de ser humano))

Posto isto, é natural que ontem ao fim do dia, já com a noite a entrar em fim de dia mais cedo, o meu querido cérebro decidiu começar a produzir quantitativamente várias narrativas dramáticas, dignas de uma CMTV ou na verdade, dignas das telenovelas da TVI, e elaborou dramaturgicamente todas as possibilidades mais dantescas para o meu momento de ir tirar sangue, todas elas desenrolando-se à volta do desmaiar e/ou morrer. (Sim, eu disse que isto tinha tónico de TVI).

O mais lindo disto tudo é que isto me acontece sempre, desde que eu, há muito muito tempo era eu uma criança, me deu a pequena macacoa quando fui tirar sangue, só que depois disso, já muitas foram as vezes que se seguiram e apenas estive a fazer figura no cadeirão de quem tinha um vibrador enfiado no rabo e outro na pachachita, porque tudo tremia tudo abanava. Para quem não sabe chama-se ataque de ansiedade, e é chato para caralho.

Para mim que estou ali em modo vibrador até o corpo se cansar de consumir a adrenalina na corrente sanguínea, e para quem me vê, que acha que estou a ter um pequenino ataque de uma qualquer coisa que não se percebe muito bem, porque continuo sempre a falar, a dizer disparates normalmente que façam rir, e a pedir para falarem comigo mesmo que eu não faça sentido.

Isto de ter um cérebro criativo às vezes é fixe, às vezes é foda.

De hoje para amanhã tá em modo foda.

Espero que amanhã vos possa cá vir contar como fui rídicula e tudo correu bem, à parte de que me vou borrar de certeza num qualquer wc do hospital minutos antes de ser chamada (o que agora não dá jeito porque aquela merda é por ordem de chegada).

É isto, precisava que alguém me ouvisse, nem que fosse apenas o meu eu a ler isto enquanto escrevo, só para deitar cá pra fora a ânsia que teima em me fazer chorar que nem uma pequena criancinha a quem derrubaram o gelado... propositadamente.

Cérebro, vamos cooperar e mudar estas histórias para algo do tipo, amanhã ser um gajo todo grosso, olho azul a sacar-me o sangue e a mandar-me um piropo porque a minha máscara verde tropa faz pendant com os meus olhos verdes seco? Enquanto toca obviamente a música Careless Whisper em background.

Sim ? Sim? Pode ser?

Obrigada. 

25
Out20

Amálgama de coisas dos últimos dias que quero tornar rísiveis

Humorosa

Nem sei se rísiveis existe, mas vou assumir que é um conceito que define coisas cómicas/que me façam rir.

Adiante...

Ora pois que na sexta-feira saio de casa, tranquila da vida, (talvez tranquila demais em comparação com os restantes dias), e ao estacionar o carro, antes de colocar a máscara de darth vader, olho-me no espelho e qual não é o meu espanto quando vejo: UM MEGA PÊLO BRANCO, assim tipo 4 cms, super fino, a querer passar despercebido, bem colado à minha cara a desafiar-me. 

Olho para ele e penso, mas como caralho não te vi aí meu boi? E depois lembrei-me... Ya, Darth Vader style ... 

Com muita compaixão e ternura por mim, olhei-o mais uma vez, relembrei-me que fiz 31 anos há pouco tempo e arranquei-o sem dó nem piedade.

Prossegui.

Coloquei a máscara nas fuças, e delicadamente dirigi-me às instalações (aquelas que têm o chewbacca no wc) e fui trabalhar.

O dia passou-se. Dei comigo a pensar que criticava esta frase na minha mãe e agora coiso, aguenta-te que dizes o mesmo.

Saio com uma enorme vontade comer croissants da Uspot (quem conhece sabe porquê) mas o trânsito em fim de semana deixa-me desmotivada, (para além de que ia toda lançada para comprar uma máquina de sopa no Aldi que já não havia :'(), decido ir ao Aldi, compro umas arrufadas de substituição aos croissants (é menos gordo e assim portas-te bem), venho pra casa toda feliz... estou a comer a arrufada... e CRACK CRACK CRACK...

Um momento de FODA-SE interno:

Parti um restauro.

Apetecia-me desatar à caralhada, atirar umas merdas e tal, mas apenas soltei um sereno "acho que parti um restauro".

O meu Respetivo olha para mim e diz "isso não é nada" e prossegue com a sua vidinha.

Eu numa tentativa de não fazer daquilo o que aquilo não era mas as aminhas amígdalas queriam que fosse, ignorei.

E depois lembrei-me (durante a noite toda) porque é que não o posso fazer - meaning: O meu corpo entra em modo GUERRA DO VIETNAME e fica super hiper mega vigilantissimo qual soldado na frente da batalha, a querer controlar a guerra que não existe.

Passou-se o dia, a noite e na manhã seguinte, durante a pós graduação que estou a fazer em Inteligência Emocional percebo que somos todos uns valentes bichos e que eu, com todos os meus devaneios, emoções e o diabo a sete SOU MESMO NORMAL.

Funcionou como um relaxamento.

Agora só estou a panicar com as restantes coisas que tenho para fazer e que passam por coisas que eu ainda continuo secretamente a odiar mas estou a ser uma menina bonita e a ir super fofinha e religiosa tratar de mim: ANÁLISES e DENTISTA - o meu combo amoroso.

Wish me luck 

 

23
Out20

Sou só eu que...

Humorosa

... até que já estava meio habituada a esta coisa da máscara e das desinfeções constantes na esperança de que isto passasse rápido mas que neste momento está outra vez meio que a panicar porque há pessoas (inclusive algumas que me rodeiam no trabalho) que acham que isto tudo da Covid é tanga e continuam a cagar-se para os outros não tomando medidas nenhumas?

Eu até andava mais ou menos calminha, mas confesso que os últimos dias têm me deixado apreensiva ao ponto de hoje de manhã ter começado o dia a ouvir música BRASILEIRA!!!

Entenda-se o meu estado ...

22
Out20

Reflexões filosóficas sobre formigas com asas

Humorosa

Ontem choveu a rodos.

Depois de chover olho em frente e reparo que as minhas janelas da cozinha estão literalmente cravejadas de formigas com asas. Lembro-me da minha infância e de quando andava na escola e elas invadiam a sala de aula e era nojento.

Ontem decidi pesquisar no google sobre estes seres e descobri que eles saem de dentro da terra para pinar em pleno voo para que depois a espécie se possa propagar ... 

Mas espantem-se, depois de fecundar as rainhas os machos falecem e as rainhas caem, ficam sem asas e se sobreviverem conseguem pôr mais ovos para o inverno a seguir onde tudo se repete.

Posto isto fiquei a pensar em várias questões existenciais:

1- Será assim bondage e outras coisas que tais tão exuberantes quanto uma real pinadela em pleno ar no meio de uma orgia de tantas outros (sim sim que elas fazem isto em enxame)?

2 - O Universo tem uma forma interessante (para não dizer kinky) de propagar certas espécies e notem... é tudo considerado normal. Tu aí que achas que a tua mini perversão é estranha manda um que se foda nisso e pensa nestas babes com asas.

3 -  Os machos falecem... Há claramente aqui uma metáfora para o pós-sexo dos homens na espécie humana (homens que não tenham uma tendênciazinha nem que ligeira para adormecer que me atirem uma pedra ... pequenina sff)

4 - Continua a haver vidas bem piores que as minhas e aparentemente sem grande propósito individual o que me leva a crer que se calhar as minhas pequenas crises de angústia de achar que já devia saber o que quero fazer e como fazer, são em si um motivo para gratidão, porque se elas existem significa que estou viva.

Era isto.

20
Out20

(re)pensar-me com humor, ou contar outra história sobre o que me acontece

Humorosa

Sou uma escritora famosa viciada em escrita noturna, sou uma mãe de uma criança à qual estão a nascer dentes e por isso não dorme, sou enfermeira a fazer turnos, sou médica a fazer banco, sou Tripulante de ambulância em emergência noturna, sou uma empresária a viajar para o Dubai ou para a Austrália com dificuldade de encaixar os diferentes fusos horários, sou segurança privada de uma obra de arte que vai ser dificilmente transferida em horário noturno para que ninguém a roube, sou uma super-heroína durante a noite a combater mal-feitores, sou uma voluntária de uma associação que distribui comida a sem abrigos todas as noites, sou uma mulher da noite a fazer pelo meu dia, sou um sem abrigo sem tecto para dormir, e de repente, tudo o que se parece passar durante a noite enquanto não durmo, e que deveria ser uma lista cómica para que eu não panique a achar que por não dormir umas noites seguidas vou morrer, parece-me apenas uma lista de empatia por pessoas com vidas tão mais díficeis do que as minhas, que diariamente sobrevivem e vivem, noites a dentro, com desafios duros de roer às costas. E eu aqui a achar-me uma coitadinha porque ando com insónias. 

Ainda assim, e como isto é um humorário e não um depressário, quero lembrar-me que já sobrevivi a 100% dos meus piores dias, e que isto que está a acontecer é também passageiro.

Quero lembrar-me que já passei coisas bem piores e que sempre consegui aproveitar os dias (Carpe diem) com um sorriso por mais pequenino e tímido ele fosse.

E mais do que isso, quero lembrar-me que já que um dia vou morrer e que esta pandemia me trouxe este medo à flor da pele, caralho, vou viver cada dia como se fosse o último, deixar de me irritar com picuinhices, e tentar experienciar e vivenciar a vida, apesar de ainda ter resquícios de desmotivação associados ao meu querido perfeccionismo que quero esse sim deixar morrer.

Talvez a vida seja para feita para aprendermos a morrer todos os dias um bocadinho em prol de uma aceitação de que viemos cá mais para experimentar do que para ser feliz como nos livros das princesas.

E experimentar é o bom o mau, o humor o desumor, o feliz e o triste, é a paciência e a impaciência e toda a dança dos binómios na qual como ser humano emergimos.

Olha foda-se, e não é que isto de humor teve muito pouco?

Se calhar passo a escrever os títulos no fim.

Adiante...

A história que quero contar sobre mim neste momento é: 

Eu sou forte, mas também sou vulnerável. Este momento está a ser particularmente duro em vários aspetos da minha vida. Tal como eu, muitas pessoas se encontram neste momento a tentar com as suas ferramentas construir um pequenino barco de salvação para lidar com a exurrada que se abate lá fora. Estou a construir o meu, passo a passo, dia-a-dia, e tentando que o faça de sorriso nos lábios, mesmo que por vezes me sinta frustrada pela minha própria crítica interior.

Eu tenho medo de morrer porque ninguém me ensinou como viver plenamente e eu quero muito fazê-lo. 

E depois dizem-me que querer perceber como o fazer só me afasta dessa plenitude, e eu sinto que não percebo nada, e dá-me vontade de fazer uma birra como fazia em criança, sentada a amarrar o burro porque não percebo porra nenhuma.

Se calhar o segredo da vida é esse: aceitar que não percebemos porra nenhuma e ainda assim levantar todos os dias, pegar em nós e levar-nos à vida.

Se calhar é isso.

Não 

percebo

porra

nenhuma.

Tenho dito.

 

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